Francês confirma propina em governos tucanos de SP; PT cobra investigações

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Após a apreensão de um documento que sugere suborno da empresa francesa Alstom a agentes públicos da gestão de Mário Covas (PSDB), em São Paulo, depoimento de diretor francês revela mais detalhes do pagamento de propina.

Segundo depoimento à Justiça do ex-diretor comercial da multinacional, o engenheiro francês André Botto, a direção da Alstom na França autorizou o pagamento de propina de 15% sobre um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões à época) para fechar um negócio com uma estatal paulista em 1998. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (22).

Trata-se da primeira confissão do esquema de suborno por parte de um diretor da multinacional. Até então, a filial brasileira dizia desde 2008 que a empresa nunca pagou propina no país.

“O negócio era muito importante para a Alstom. Era importante ganhá-lo por meio de acordo e evitar uma licitação. Tivemos de pagar comissões elevadas, da ordem de 15% do contrato”, contou Botto ao juiz Renaud Van Ruymbeke, em 2008. Se os 15% tiverem sido pagos, o suborno alcançou R$ 7,8 milhões.

Propina – O esquema resultou no contrato com a EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) e a Eletropaulo para a venda de equipamentos para três subestações de energia.

O documento também menciona propina à Secretaria de Energia e às diretorias administrativa, financeira e técnica da EPTE. Na época, a pasta era comandada por Andrea Matarazzo – hoje vereador em São Paulo pelo PSDB

Essa denúncia soma-se a outras relacionadas a um propinoduto nos governos do PSDB em São Paulo, que é governado pelo tucanos há vinte anos.
CPI – Diante das denúncias que vêm sendo concretamente apuradas pela Justiça na Europa, a Bancada do PT na Assembleia Legislativa reafirma a necessidade de efetiva investigação para desvendar a dimensão do rombo nas licitações do Metrô e na CPTM e o envolvimento de agentes públicos e políticos das gestões do PSDB em São Paulo, no esquema que desvio milhões dos cofres públicos.

Na avaliação do líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Claudio Marcolino, a participação do Poder Legislativa através de uma CPI, poderá dar celeridade e esclarecer os fatos de envolvimentos de agentes do Estado, que têm sido cobrados inclusive pelo governador Geraldo Alckmin.

“A CPI possibilita coleta de documentos, acareação entre os investigados, quebra de sigilo bancário, telefônico entre outros meios que favorecem a apuração rápida e eficaz, para isso, basta o governador liberar sua base de sustentação na Assembleia e a investigação se inicia”, ponderou o líder petista.

Marcolino destacou ainda, que a Bancada do PT acompanha o escândalo e busca meios de apuração desde 2008, com inúmeras iniciativas, como pedido de CPI, requerimentos de informações enviados aos órgãos do Estado, – seja CPTM, Metrô, secretarias de Estado. Ao longo desses anos o PT requereu no Parlamento a presença de gestores, secretários, lobistas, testemunhas para serem inquiridos pelos deputados; encaminhou mais de 15 representações aos Ministérios Públicos Estadual e Federal, entre outras medidas para que fossem investigados os esquemas de fraude que há décadas sangram os cofres públicos de São Paulo.

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Equipe PT na Câmara, com agências

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