Fórum Climático: Acordo de cooperação entre Brasil e EUA preocupa comunidade internacional

Durante o Fórum Climático da Amazônia, transmitido direto de Washington DC, que ocorreu na tarde desta quinta-feira (15), congressistas brasileiros, europeus, americanos e representantes de organizações ambientalistas nacionais e internacionais, artistas e lideranças da Pan-Amazônia demonstraram preocupação com o acordo bilionário que está sendo negociado entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil para investimento na Amazônia.

O coordenador Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia (FNPDA), deputado Airton Faleiro (PT-PA), ao se pronunciar no painel “Política dos EUA na Amazônia”, resumiu algumas das resoluções que foram apresentadas no ato virtual Emergência Amazônica – Em defesa da Floresta e da Vida que ocorreu no período da manhã. Ele destacou a posição do conjunto de entidades da sociedade civil, parlamentares, governadores, prefeitos, representantes indígenas e do campo, ambientalistas e artistas que participaram dos debates.

“Nós não somos contra a cooperação internacional, mas nós queremos discutir como ela é construída, com quem ela é feita e a quem vai atender. Esta iniciativa do governo Biden, nós respeitamos. Mas não concordamos que não se chame os povos da Amazônia para discutir a Amazônia”, argumentou Faleiro.

O aporte financeiro pode se consolidar na Cúpula Climática prevista para os próximos dias 22 e 23. Para o evento, o presidente americano, Joe Biden convidou apenas o presidente Jair Bolsonaro.

Portas fechadas

Para as organizações que participaram do Fórum, esse acordo está sendo feito a “portas fechadas”, sem diálogo e sem conversar com as pessoas mais afetadas pelas políticas a serem impostas com os US$ 20 bilhões prometidos pelo então candidato à presidência Joe Biden nas eleições americanas de 2020.

Ações antiambientais, antindígenas e outros povos tradicionais e contra a biodiversidade de Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alimentam desconfiança de que o governo federal desvirtue a natureza desse investimento para facilitar “a boiada passar”.

Em sua exposição, Faleiro explicou aos participantes e ao democrata Biden que o Brasil tem contribuição importante a dar se for convidado a participar de uma mesa ampla de negociação. “Temos muito o que propor, muitas experiências vividas pela sociedade brasileira e por governos anteriores no Brasil que tem que ir para uma mesa de negociação sobre cooperação internacional”, defendeu Airton Faleiro.

Na mesma linha, a deputada Federal Joênia Wapchana (REDE-RR) citou a capacidade e articulação dos indígenas brasileiros para prover avanços em sua região. “É preciso ampliar esse diálogo, é preciso ampliar essa participação. Os povos indígenas têm meio próprio de gerir recursos e devem ser beneficiários diretos desses acordos, para que venham a fortalecer a proteção dos seus territórios e floresta, inclusive por acesso direto a programas”, explanou.

Violência e Direitos Humanos

A artista americana Rosário Dawson informou que ano passado 330 ativistas dos direitos humanos foram mortos ao redor do mundo, de acordo com a organização Front Line Defenders.  Segundo ela, 7 de 10 pessoas assassinadas, protegiam a terra, o meio ambiente ou direitos indígenas.

“Não podemos aceitar que outros ativistas façam parte da lista de mártires em proteção ao meio ambiente. Pedimos que a gestão Biden aumente os esforços diplomáticos para ajudar a proteger ativistas climáticos e defensores dos direitos humanos. Para muitos defensores amanhã pode ser muito tarde”, alertou.

O coordenador da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Biko Rodrigues, relatou que a violação dos direitos humanos é um assunto sensível, muitas vezes invisibilizado, e que pode ser confirmado por quem mora na floresta. “Resistimos há séculos a destruição de toda a biodiversidade para impedir que ela acabe e estamos pagando um preço muito caro, com as vidas das nossas lideranças, a destruição dos nossos territórios e a implantação dos grandes e megaempreendimentos sobre nossas terras”, denunciou Biko Rodrigues.

Pandemia Global

A temática da pandemia global também foi um assunto que permeou o debate. No Brasil, os povos da Amazônia, urbanos e rurais, são atingidos duramente pela Covid-19, e são vítimas da falta de coordenação nacional no combate à doença e do negacionismo que leva ao genocídio incentivado pelo governo brasileiro.

O congressista americano, Raúl Grijalva afirmou: “Nós precisamos ter responsabilização internacional para que ninguém fique atrás. Que possamos nivelar […] para que todos possam ser protegidos e ouvidos”.

“Então, esse acordo, essa ligação com os EUA, é essencial, podemos deixar para trás o legado de Trump […] e ver quais ações precisamos tomar a partir de agora, audição de vozes que não foram ouvidas e ações que precisam ser tomadas”, aponta Raúl Grijalva

Já Michèle Rivasi, membro do Parlamento Europeu, lembrou que os ataques aos direitos humanos, e a sociobiodiversidade acontecem em meio a uma realidade de tragédia, “todos os estudos mostram que os indígenas são os melhores protetores dessa biodiversidade, eles devem estar integrados nessa política europeia […] eles são atacados duplamente, eles sofrem desastres ambientais e ainda a pandemia global”.

 

Benildes Rodrigues, com Assessoria Parlamentar

 

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex