O Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama) em Sergipe foi lançado oficialmente nesta sexta-feira (15), durante o seminário regional realizado no plenário da Assembleia Legislativa. O Fórum acontece em março do próximo ano, em Brasília, quando serão realizadas uma série de atividades de mobilização e conscientização, com o objetivo de tratar o tema na perspectiva da água como um direito e não mercadoria, realizando debates e abordando essa questão nas suas mais variadas interfaces. Na ocasião, o presidente da Federação Nacional dos Urbanitário (FNU), Pedro Blois, fez a apresentação do Fama, explicando seus objetivos.
Segundo ele, o Fama vem para fazer um contraponto ao 8º Fórum Mundial da Água, que também será realizado em março do próximo ano, bancado pelo governo federal e as grandes corporações internacionais que têm interesse na privatização dos serviços de saneamento dos municípios brasileiros.
“Com esse Fórum, o governo quer a chancela das grandes multinacionais, sob a alegação de que a privatização vai melhorar a prestação de serviço mas, na prática, a gente vê que não é isso”, disse, acrescentando que 237 cidades no mundo remunicipalizaram os serviços de saneamento, enquanto o Brasil quer vender suas empresas. Blois disse que o Fama será um evento grandioso, realizado de 17 a 19 de março de 2018, quando se espera 5 mil pessoas. “Vai ser o divisor de águas para fazer o enfrentamento contra o Fórum das grandes corporações”, disse o presidente da FNU.
O seminário regional que debateu a universalização do saneamento e o controle social e fez o lançamento do Fama Sergipe foi realizado através da Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados, a partir de requerimento dos deputados João Daniel (PT-SE) e Givaldo Vieira (PT-ES), presidente da CDU, organizado pela FNU e a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), com apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgotos de Sergipe (Sindisan). Sergipe foi o segundo estado a realizar o seminário regional, quer acontecerá em todas as regiões do país.
O deputado João Daniel, que representou a CDU durante o seminário, ressaltou a necessidade da defesa do setor de saneamento para que continue público. Segundo ele, não é novidade que este governo federal, que nasceu de um golpe fruto de arrumações da elite brasileira com o capital internacional e nacional, queira entregar as nossas riquezas, entre elas a água. “E é fundamental que a sociedade brasileira tome cada vez mais consciência da importância do saneamento básico sob controle social. O Brasil precisa fazer um plano nacional para garantir 100% da nossa população o direito ao saneamento básico e água potável e agora o governo federal tem exigido que os estados, para renegociar dívidas, privatizem as empresas estatais”, disse, acrescentando que é preciso compreender que saneamento básico é saúde pública.
Assessoria Parlamentar
Foto: Marcio Garcez