Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
O ministro da Sáude, Arthur Chioro, que participou de audiência pública nesta quarta-feira (19) na Câmara, avaliou que o debate sobre a formação do profissional médico é o que deve centralizar as discussões acerca do Mais Médicos, muito embora setores da sociedade não queiram enfrentá-la. Segundo Chioro, a insistência em tratar dos médicos cubanos, por exemplo, é um subterfúgio para não colocar o “dedo na ferida”: a formação profissional, que está sob a responsabilidade do Ministério da Educação, mas vai contar com a decisiva atuação do Ministério da Saúde e de outras entidades que representam secretários municipais e estaduais de saúde.
“Esse debate é o central. Anotem o que eu estou dizendo hoje: progressivamente, o grande debate nacional será deslocado para a discussão da formação profissional e da mudança da prática médica e dos demais profissionais de saúde, porque essa é a questão estruturante de fundo. É ela que vai, de fato, modificar o sistema. Trazer dez, doze mil médicos, agrega emergencialmente e tem um impacto decisivo para ofertar aos brasileiros o acesso à saúde, mas isso não tem o poder de mexer efetivamente no que será o nosso sistema de saúde, público e privado ”, explicou.
Nesse sentido, o ministro se referiu, sobretudo, à ação do governo federal de aumentar o número de vagas de graduação, de elevar significativamente a oferta de vagas nas residências médicas e de pulverizar toda essa formação no interior do País. Chioro disse que já existem estudos que indicam que a fixação do médico numa determinada região guarda relação direta com o local onde ele se formou e se especializou. Por isso, afirmou o ministro, é de fundamental importância garantir estratégias de interiorização da formação médica.
Apoios – O deputado Amauri Teixeira (PT-SP), presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, participou da audiência e destacou as duas notas de apoios ao programa Mais Médicos, apresentadas durante a audiência. Uma da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), e outra assinada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). “Quero que façam constar nos anais dessa comissão o conteúdo desses dois documentos, que demonstram a importância desse projeto”, reivindicou Amauri.
Segundo representantes da Contag, o objetivo da carta foi mostrar, a partir do testemunho de várias pessoas do meio rural, as melhorias no acesso à saúde e na qualidade do atendimento a partir do programa. Na segunda nota, as entidades signatárias enfatizaram, entre outros pontos, os resultados da iniciativa do governo federal: “A FNP e o Conasems reafirmam a convicção de que o programa Mais Médicos para o Brasil tem se mostrado fundamental para as comunidades que até então não tinham acesso ao serviço médico, seja nas pequenas cidades ou nas periferias das grandes cidades”.
Também participaram da audiência os deputados petistas Assis Carvalho (PI), Benedita da Silva (RJ), Edson Santos (RJ), Pepe Vargas (RS), Rogério Carvalho (SE), Sibá Machado (AC), Vanderlei Siraque (SP) e Weliton Prado (MG).
Traciano Ricarto