Mais uma vez o grito “fora Temer” ecoou nas dependências da Câmara dos Deputados. É que nesta terça-feira (23) a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e representantes de entidades dos movimentos sociais ocuparam o hall da taquigrafia da Câmara para manifestarem a indignação dos trabalhadores brasileiros diante da iminência de um golpe de Estado contra a presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff.
O ato também foi contra a perda de direitos sociais e trabalhistas preparados pelo presidente interino, golpista e usurpador de Michel Temer (PMDB) e que tramitam na Casa, como a proposta de Emenda à Constituição (PEC 241) e o projeto de lei complementar (PLP 257/16) que ferem de morte as conquistas trabalhistas e sociais adquiridas nos últimos tempos.
Como parte das grandes mobilizações sociais, nesta quarta-feira (24), às 19h30 também ocorrerá um grande ato no Sindicato dos Bancários do DF, com a presença da presidenta Dilma.
Os deputados da Bancada do PT, Paulo Pimenta (RS) e Vicentinho (SP) ativistas dos movimentos contra o golpe e defensores intransigentes dos direitos conquistados pelos trabalhadores, afirmaram que o ato na Câmara demonstra a união de vários setores da sociedade brasileira pela garantia da justiça e dos direitos conquistados a duras penas.
“Os movimentos estão unificados e entendem que o que o Brasil vive é mais que um golpe à democracia. É um golpe contra o Brasil, contra o povo brasileiro”, afirmou Paulo Pimenta, que ainda observou que a primeira grande tarefa é derrotar o golpe. “Essa é uma bandeira que unifica diferentes partidos políticos, movimentos sociais e entidades sindicais”, avaliou.
“O custo social e econômico do golpe é muito mais a defesa do pré-sal, do nosso petróleo, dos direitos dos trabalhadores, dos direitos previdenciários, do patrimônio público brasileiro”, considerou Paulo Pimenta. Ele informou que nos próximos dias chegarão à Brasília representantes de várias categorias que, juntos com os petroleiros, trabalhadores da educação e saúde darão início à jornada de luta e de resistência.
Para o deputado Vicentinho, a mobilização, além de demonstração de unidade, significa consciência e garra desses movimentos. “Aqui estão trabalhadores de várias categorias que lutam contra a PEC 257, pela Petrobras, se posicionam contra o governo golpista de Michel Temer e exigem a cassação de Eduardo Cunha”, observou Vicentinho.
Sobre uma greve geral, o deputado não descartou essa possibilidade, mas disse que, para isso, os gritos que ecoaram nas dependências da Câmara hoje, precisam ecoar pelo país inteiro para virar realidade.
Benildes Rodrigues
Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Câmara