Neste 31 de agosto de 2016, que entrou para a História como um dos dias em que o Brasil sofreu um duro golpe, manifestantes foram às ruas de todo o País para protestar contra o atentado à democracia promovido por Michel Temer e Eduardo Cunha com a anuência de parte do Congresso Nacional e do Senado Federal.
Os maiores atos aconteceram em São Paulo, onde os manifestantes tomaram Avenida Paulista; no Rio de Janeiro, onde o ato ocorre na praça da Cinelândia; e em Brasília, com concentração na Praça dos Três Poderes.
Em São Paulo, uma multidão se reuniu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP) e outro na praça do Ciclista, ambas na avenida Paulista. Mais tarde, os grupos se uniram e caminharam pela rua da Consolação até a praça Roosevelt.
Entre os manifestantes, membros de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE) e União da Juventude Socialista (UJS). “ Fora Temer”, “golpistas, fascistas, não passarão” são as palavras de ordem mais entoadas pelos manifestantes.
Relatos nas redes denunciam forte reação da Polícia Militar, que avançou contra os ativistas e lançou muitas bombas de gás lacrimogênio.
Mesmo assim, a manifestação continuou pacificamente. “A Paulista está lotada de uma juventude guerreira, muita mulher, pra declarar esse perfil do golpe que é um golpe misógino, machista e homofóbico”, afirmou a ativista Jordana Pereira.
Rio de Janeiro – Centenas de manifestantes fizeram um protesto no centro do Rio contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Apoiados por um carro de som, os manifestantes deixaram a Cinelândia e partiram pela Rua Santa Luzia, onde fica a sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Houve uma nova concentração em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), quando os ativistas ocuparam as escadarias do prédio e novamente discursaram contra o impeachment.
Na capital do Distrito Federal, as manifestações começaram cedo, com um ato em frente ao Palácio da Alvorada para apoiar a presidenta eleita Dilma Rousseff e encheu as ruas até à noite.
Em Fortaleza, jovens tomaram a praça da Gentilândia para promover uma manifestação barulhenta, colorida e cheia de energia. “Nós temos que dar uma aula de democracia para esses golpistas. E temos que dar essa aula nas ruas”, conclamou a estudante Nerice Carioca.
O centro de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul foi tomado por uma multidão. Por volta das 19h, o grupo deixou a Esquina Democrática e iniciou uma caminhada em direção ao Parque Farroupilha. Na Avenida João Pessoa, diante da sede do PMDB em Porto Alegre, um grupo que carregava um caixão escrito “democracia”, encenando um enterro.
Foi quando aconteceu a primeira intervenção da Brigada Militar (BM). Os policiais dispararam uma bomba de gás em frente à sede do PMDB, no meio da multidão. Foi o princípio de uma correria generalizada, mas que durou poucos minutos. Instantes depois, os manifestantes estavam novamente reunidos e seguiram em caminhada.
A tensão chegou ao clímax por volta das 20h15, na Avenida Ipiranga, quando o grupo se aproximou do prédio da RBS, empresa de comunicação afiliada da Rede Globo. Os homens da BM formaram um cordão de isolamento ao redor do edifício e dispararam mais bombas de gás na multidão.
Houve forte repressão policial e o candidato a prefeito da cidade pelo PT, Raul Pont, foi atingido por bombas de gás. Muitos manifestantes acabaram feridos.
Em Belo Horizonte, os defensores da democracia se concentraram a partir das 18h na Praça Rômulo Paes, se dirigiram à Praça Raul Soares e depois seguiram para a Praça Sete. O ato durou mais de cinco horas. Os belorizontinos cantavam: “Bate panela, pode bater. Na ditadura a Dilma lutou por você”.
Jovens também tomaram as ruas em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Houve manifestação em frente à Intertv Cabugi, da Rede Globo.
Um grupo de manifestantes tomou as ruas de Salvador, protestando contra o golpe. Em faixas e cartazes, os manifestantes disseram “Não ao golpe” e negaram se sentir representados por Michel Temer. Eles prestaram apoio a Dilma Rousseff em palavras de ordem, músicas e, também, em cartazes e faixas. “Eu luto desde a ditadura militar. Lutei contra a tortura, lutei por um governo democrático. Continuo lutando contra um golpe, um golpe civil”, disse, emocionada, a professora aposentada, Raimunda Viana, de 63 anos. Com concentração em frente a um shopping da cidade, os participantes seguiram pela Avenida Tancredo Neves, bloqueando todas as faixas, o que gerou congestionamento nas proximidades, nos bairros Caminho das Árvores e Pituba.
Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil, Mídia Ninja
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