O deputado Henrique Fontana (PT-RS), em pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (28), criticou a insistência da oposição no “terceiro turno” e classificou como nazista a postura de parlamentares que chamam o PT de “quadrilha” ou “organização criminosa”.
Fontana questionou que tipo de democracia a oposição de direita defende, já que perdeu uma eleição vencida legitimamente pela presidenta Dilma Rousseff, mas “decidiu” que o seu mandato deve terminar. “Qual é o conceito de democracia dessa parte da oposição golpista? O conceito seria: eu disputo a eleição. Se ganho, tudo bem; se perco a eleição, passo a desestabilizar o governo, porque quero ganhar no tapetão”, criticou o parlamentar, lembrando que o “alicerce fundamental de um sistema democrático é chegar ao poder pelo voto”.
Para Fontana, o que importa para a direita é prejudicar o governo atual. “Com medo de não ganhar as eleições de novo, em 2018, quando nós teremos recuperado essa situação momentaneamente difícil da economia e teremos Lula como candidato a presidente. O que faz a oposição? Ela diz: ‘vamos correr para o golpe, vamos buscar o atalho, vamos buscar chegar à presidência sem o voto’”, observou.
O petista ironizou o discurso da oposição que não encontra eco na realidade. “Se o nosso governo fosse aquilo que diz a oposição, eu imaginava que eles deveriam ter a capacidade de ganhar alguma eleição. Mas eles não ganham eleições”, cutucou.
“Há, de uma parte da oposição no Brasil, a ‘venezualização’ da postura de setores que apostam no ‘quanto pior, melhor’, que apostam na desestabilização permanente, que apostam em um terceiro turno que nunca termina. O Brasil está cansado desse terceiro turno”, registrou.
“A oposição tentou múltiplas formas para cassar o mandato legítimo da Presidenta. Querem recontagem de votos; querem dizer que a urna eletrônica não funciona; querem questionar no TSE; querem inventar que mecanismos contábeis, que eram usados em governos anteriores e que nunca foram causa para cassação de mandato, agora seriam. Ou seja, querem mudar a regra do jogo. Querem mudar a regra do jogo, porque querem que o seu projeto de poder chegue ao governo de qualquer custo e de qualquer forma”, ressaltou.
“Onde está a prova? Onde está o crime? Onde está a responsabilidade da Presidenta? Não há nenhum ato, nenhuma prova, nada que sustente, mas não importa, porque o que importa mesmo para a oposição é convulsionar o País, é criar uma guerra que não termina nunca”, argumentou Fontana.
Nazismo – “Eu nunca subi nesta tribuna para chamar um partido de quadrilha. Um dos líderes que subiu há pouco na tribuna disse que o PT é uma organização criminosa. Quero dizer a esse líder [Rubens Bueno – PPS-PR] que essa frase e essa postura dele é uma postura nazista e fascista!”, afirmou Fontana.
“Eu sou do PT, sou honrado, sou honesto, como a ampla maioria dos filiados ao meu partido, e nós não vamos aceitar essa criminalização que quer, sim, instrumentalizar um golpe. Este País tem história. Os países do mundo têm história. Muitas vezes, os golpistas usam o debate sobre a corrupção para justificar o atalho de tentar chegar ao poder sem votos”, complementou o deputado gaúcho.
“Apresentem propostas, apresentem candidatos, façam o debate! Façam o debate, e ganhem as eleições com maioria dos votos do povo! Não venham, por atalhos, tentar derrubar uma mulher honrada, honesta e trabalhadora como a presidenta Dilma, que está governando este País com dignidade!”, concluiu Henrique Fontana.
Rogério Tomaz Jr.
Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara