O deputado Henrique Fontana (PT-RS) afirmou nesta terça-feira (26) que o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer usou a liberação recursos como “moeda de troca” para garantir o afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff da presidência da República. A acusação do parlamentar ocorre após a divulgação de um levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com base em dados fornecidos pela Controladoria Geral da União, que prova a liberação – em menos de dois meses – de cerca de R$ 2 bilhões em convênios para prefeituras comandadas por partidos aliados.
Segundo o jornal, o valor equivale a dois terços do montante de R$ 2,9 bilhões transferido pela presidenta eleita Dilma Rousseff a administrações municipais entre janeiro e início de maio. Ainda de acordo com O Estado de S. Paulo, nos 133 dias em que foi a titular do cargo neste ano, Dilma repassou R$ 21,8 mil, em média, diariamente, a 2.413 municípios. Temer, em 51 dias, transferiu, em média, R$ 38,1 mil por dia. Os dados se referem a até 2 de julho, quando a legislação eleitoral impõe restrições aos repasses.
“Não há a menor sombra de dúvida de que boa parte desses repasses são pagamentos por apoios que garantiram, ou que poderão assegurar os votos para aprovar o afastamento definitivo da presidenta Dilma e a permanência do ilegítimo e golpista Michel Temer”, acusou Fontana.
A eleição municipal deste ano é a primeira em que irá vigorar a proibição do financiamento de empresas as campanhas e teto para os gastos.
Repasses – Os dados do levantamento apontam ainda que ministros do governo ilegítimo e golpista de Temer aproveitaram o aumento na liberação de recursos para agradarem as suas bases políticas.
Segundo o jornal, o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) repassou 37,4% das verbas ao estado de São Paulo, por onde pretende se eleger senador em 2018. Kassab é presidente licenciado do PSD.
Já o ministro dos Transportes, Maurício Quintela Lessa (PR), transferiu 36,8% para Alagoas. Ele é presidente do partido no estado. Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) liberou 16,5% para o Rio Grande do Sul, onde é primeiro-vice-presidente do diretório regional do PMDB. Leonardo Picciani (Esporte) repassou 12% para o Rio de Janeiro. Seu pai, Jorge Picciani, é presidente do PMDB fluminense e da Assembleia Legislativa.
PT na Câmara com informações do O Estado de S. Paulo
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