O deputado Henrique Fontana (PT-SP) denunciou na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (30), que está em curso neste momento uma tentativa de Jair Bolsonaro de obstruir as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele mandou um recado para o ministro da Justiça, Sérgio Moro: “A Polícia Federal não deve ser usada como polícia política para interferir na investigação sobre o assassinato de Marielle, que está em curso pela polícia e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro”.
Fontana destacou o desequilíbrio e a agressividade do presidente Bolsonaro em sua fala, através das redes sociais, ontem (29) para rebater o depoimento do porteiro do condomínio onde mora sua família, no Rio de Janeiro, que menciona seu nome no caso Marielle. “Desequilíbrio e agressividade, são características de Bolsonaro, e sempre há tentativa de desqualificar a todos que levantem algum questionamento sobre o seu governo ou sobre, no caso atual, as relações da família Bolsonaro com as milícias”.
Fontana relembrou rapidamente alguns personagens dessa história – assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. “Ronnie Lessa é um ex-policial, miliciano, vizinho do presidente Bolsonaro, casa que foi visitada horas antes do assassinato de Marielle. Foi visitada por Élcio Queiroz, também ex-policial, miliciano. E é bom que se lembre que Ronnie Lessa é o mesmo que tinha guardado na sua casa mais de 120 fuzis”, citou.
O deputado do PT gaúcho também relembrou quem é Fabrício Queiroz. O assessor de confiança da família Bolsonaro durante 11 anos. “Pelas contas de Fabrício Queiroz, passaram em 3 anos perto de R$ 5 milhões. O dinheiro que entrava nas contas de Fabrício Queiroz era, em boa parte, dinheiro de assessores dos mandatos da família Bolsonaro. E Queiroz depositou, dentre outras destinações, dinheiro nas contas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro”, enumerou.
Fontana destacou que a pergunta sobre quem mandou matar Marielle está evoluindo. “E o que nós queremos garantir é que essa investigação continue com absoluta tranquilidade”, observou.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também, da tribuna, afirmou que o presidente Bolsonaro tem que dar uma explicação para a Nação brasileira há muito tempo, desde o caso Queiroz. “Ele tem que dar explicação sobre quem mandou matar Marielle! Nós não podemos conviver com isso. Se ele é inocente, se seus filhos, sua família são inocentes e não têm nenhum envolvimento com os milicianos, que ele diga isso para a Nação, que comprove isso para a Nação. E essa situação precisa ser esclarecida”, cobrou.
Vânia Rodrigues