Fontana critica política econômica desastrosa do governo Bolsonaro

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) usou a tribuna da Câmara na quinta-feira (23) para manifestar sua preocupação com a política econômica do governo Bolsonaro. “Essa é a preocupação número um do povo brasileiro: a preocupação com a política econômica que está em curso neste País, a preocupação com o desemprego que cresce a cada dia, a preocupação com o empobrecimento da população e com a falta de alternativas do governo”.

Fontana destacou que se o governo Bolsonaro começou há 5 meses, é preciso que se diga que esta política econômica desastrosa se iniciou desde que um golpe derrubou a presidenta Dilma Rousseff em 2016. “A política econômica do ministro Henrique Meirelles (governo Temer) e a do ministro Paulo Guedes são a mesma política econômica, uma política baseada naquela visão do fundamentalismo liberal”, explicou.

A ideia de Temer, repetida por Bolsonaro, é a de que o País encontraria o caminho do desenvolvimento e iniciasse um amplo processo de privatizações e se passasse a cortar, progressivamente, investimentos públicos em busca daquilo que chamam de equilíbrio fiscal, o que nunca chega. “E nunca chega, porque, quanto mais cortam os investimentos públicos, mais cai a atividade econômica, piora a arrecadação e o ciclo vicioso que está gerado”, ressaltou Fontana.

Para o deputado, a política econômica do governo Bolsonaro deve ser chamada de política da Reforma da Previdência, “porque o ministro Paulo Guedes quer convencer o Brasil que com a reforma vai resolver os problemas da economia brasileira, e não vai”.

Fontana disse que economistas de direita, de centro e mais à esquerda começam a criar já uma unanimidade, uma ampla maioria no País, dizendo que esse corte profundo de R$1 trilhão em 10 anos, retirando do bolso de pessoas que ganham entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, vai aprofundar a recessão econômica e vai aprofundar o desemprego. “O equilíbrio fiscal tem que ser obtido de forma justa, de forma a gerar, de fato, crescimento econômico e desenvolvimento”, defendeu.

Reforma Tributária

A primeira reforma que deve ser atacada, na avaliação do deputado Fontana é a Reforma Tributária, que vai de fato criar impostos justos, como o imposto sobre lucros e dividendos. “No Brasil de hoje, o diretor acionista de um grande banco ganha R$ 500 milhões em um ano e não paga nada de imposto sobre o que ganhou. É ali que nós temos que buscar o equilíbrio das contas públicas”, ensinou.

Fontana defendeu ainda a necessidade de uma política industrial para o Brasil. “Onde estão o ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro? Olhem para a indústria brasileira, olhem para a atividade produtiva. “Essa política econômica deles é a política econômica da especulação financeira. Quem vive da conta dos juros da dívida, esses, sim, estão ganhando muito dinheiro”, afirmou ao citar que o Brasil gastou, no ano passado, R$ 1,65 bilhão para fazer a rolagem desta dívida, a taxas de juros altíssimas.

Fontana defendeu ainda a redução da taxa de juros, e a retomada de programas de investimento público. “É preciso revogar a Emenda Constitucional nº 95, do teto de gastos. Não podemos deixar o País garroteado mais 1 ano ou 2 anos”.  O deputado lembrou que o PIB — essa é uma lição elementar da economia — é medido pelo consumo das famílias, pelo investimento público, pelo investimento privado e pela balança comercial de um País.

“Entre as brigas que o Bolsonaro arruma, com a política internacional dele desastrosa, nós estamos perdendo balança comercial. Asfixiando os salários, perdendo o consumo das famílias. E não investir no setor público, quando o setor privado está com baixo investimento, faz a economia parar”, lamentou.

Governos Lula e Dilma

O deputado citou que o grande segredo dos governos Lula e Dilma (1º mandato) foi incentivar o mercado interno e gerar crescimento econômico. Com isso, a Previdência se equilibra, o País cresce e melhoram os salários. “Esse austericídio de corta, corta, corta, para obra, para estrada, para universidade, para saúde nunca tirou um país da recessão. Mudem essa política econômica para o Brasil recuperar empregos!”, pediu.

 

Vânia Rodrigues

 

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