O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), destacou nesta quarta-feira (17) a importância de se estabelecer, no Congresso Nacional, a “civilidade necessária” para garantir diálogo entre oposição e situação, tendo em vista os interesses de toda a população brasileira.
Segundo ele, à parte as diferenças partidárias e políticas, o Parlamento deve servir de exemplo para o País, empreendendo uma “alta política” que permita aprovar matérias de interesse estratégico num momento em que se agrava a turbulência internacional.
Florence disse que o PT, como integrante da coalização que sustenta o governo Dilma, está aberto a aprofundar o dialogo com a oposição, como forma de diminuir a instabilidade politica e pavimentar o caminho para reformas estruturais, como a fiscal. “Mas queremos também, além da reforma fiscal, uma política econômica que garanta a retomada do crescimento, da geração de empregos e dos investimentos públicos”, sublinhou.
O líder petista criticou a oposição e os defensores do chamado livre mercado por preconizarem a adoção de medidas ortodoxas, de conteúdo neoliberal, para tirar o Brasil da crise econômica. Florence destacou que, até 2014, “o País teve a mais baixa taxa de desemprego da série histórica e os salários tiveram o mais alto poder aquisitivo”, lembrando que o salário mínimo teve um ganho real, acima da inflação, de 76% nos últimos treze anos, e 30 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza extrema.
Florence questionou o ímpeto do PSDB em defender uma reforma da previdência social. Ele disse que o tema não é tabu, mas o espaço para encaminhar propostas é o Fórum de Debates sobre Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social, formado pelo governo, trabalhadores e empresas. Ele frisou, contudo, que o ponto central para o PT – e reafirmado pela presidenta Dilma – é não retirar direitos dos trabalhadores. Segundo Florence, uma das possibilidades é taxar as camadas mais ricas da sociedade para reforçar a previdência social, hoje mantida, basicamente, por contribuições patronais e dos empregados.
O líder do PT também fez um alerta para a importância de se defender a democracia, que, a seu ver, está ameaçada por tentativas de alguns setores do Estado (como segmentos do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário) de criminalização da política.
Nesse sentido, criticou a parcialidade e a seletividade das ações de membros do Judiciário, movidos pela intenção de criminalizar doações eleitorais legais feitas por empresas ao PT, ao mesmo tempo querem tornar legais às feitas ao PSDB. “Trata-se tão somente de ilações de agentes públicos, sem nenhuma base legal, que repercutem na mídia e fazem parte de uma disputa política que envolve até a tentativa de impeachment da presidenta Dilma, sem nenhuma fundamentação”, apontou.
Afonso Florence também defendeu o ex-presidente Lula dos ataques que vem sofrendo de partidos de oposição como PSDB, DEM e PPS, além de setores da mídia. “É uma campanha vil, desleal, para atacar uma dos maiores líderes populares da história brasileira, que conseguiu melhorar a vida de milhões de pessoas”, denunciou Florence.
O líder também conclamou os movimentos sociais, centrais sindicais e a sociedade civil organizada a defender Lula. “Não vamos arredar pé da defesa de Lula. Não vamos aceitar golpe, e todos os ataques a Lula serão revidados”, concluiu.
PT na Câmara
Foto: Salu Parente/PT na Câmara