A Potsdamer Platz, praça que sedia o Festival de Cinema Berlim, foi palco de uma manifestação em favor da presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e do ex-presidente Lula, na tarde desta quarta (21).
O frio de 4ºC na capital alemã não inibiu os manifestantes, em ato que foi marcado nas redes sociais e agendado para coincidir com a primeira sessão de “O Processo”, documentário da brasiliense Maria Augusta Ramos que fala dos bastidores do golpe contra Dilma.
O longa está entre os filmes com grandes chances de faturar a premiação. Aproximadamente 400 filmes concorrem aos Ursos de Ouro e Prata, principais prêmios do festival, entre eles, 12 obras brasileiras.
Retratando o espetáculo das representações sociais, o filme esmiúça o comportamento de cada um dos senadores envolvidos no julgamento de Dilma. A base de trabalho foram 400 horas de material filmado.
“Não sei o que será deste filme no Brasil, mas desejo que ele seja visto e debatido para que sejamos um país menos dividido. O Fla x Flu que estamos vivendo é nocivo para o país”, disse a cineasta Maria Augusta ao site “Omelete”.
Na condução de sua narrativa, que passa por cada uma das votações do Impeachment, a diretora evita cortes que ridicularizem ou enalteçam qualquer um dos documentados. Erros e acertos de ambos os lados estão na tela.
“Pessoas devem ser vistas como seres humanos”, disse a diretora ao explicar o cuidado que teve para não demonizar figuras de posição ética contestada. “Fiz esse filme com parcerias, contando com ajudas como o World Cinema Fund, Fundo de Cinema da Holanda e o Canal Brasil”.
A manifestação foi organizada pelos coletivos Berlim Contra o Golpe e SOS Lula.
Cartaz do filme “O Processo”, sobre o golpe sofrido pela presidenta Dilma Rousseff
Agência PT de Notícias