Em discurso contundente proferido na tribuna da Câmara nesta terça-feira (16), o deputado Fernando Ferro (PT-PE) voltou a defender a Petrobras e condenou recentes editoriais do jornal O Globo, da família Marinho, que revelam “claramente” e “escandalosamente” o interesse que está por trás desse debate que é o das multinacionais.
“Ao querer rediscutir o pré-sal, o regime de partilha, estão querendo se apropriar desses recursos para interesses transnacionais, multinacionais. Então, o jornal O Globo é porta-voz de interesses da Shell, da Esso e de outros conglomerados internacionais que querem o controle da Petrobras”, denunciou Fernando Ferro.
Para o deputado, apesar das denúncias, de desmandos envolvendo empresas e negócios da estatal, a Petrobras “continuará sendo uma grande empresa, orgulho do povo brasileiro”.
Fernando Ferro defendeu a necessidade de se apurar e “limpar” a Petrobras de interesses privados que, na avaliação dele, comandam essa rede de corrupção. Ele salientou, entretanto, que o pano de fundo desse debate são os interesses internacionais e de setores privados nacionais que querem se apropriar da Petrobras. “É aquela história de querer combater o carrapato que está na vaca, matando a vaca”.
Privatização – Fernando Ferro alertou para os interesses privados revelados na operação Lava Jato da Policia Federal. De acordo com Ferro, o discurso de privatização da empresa que permeia o cenário político deve ser combatido. “É exatamente o contrário. Nós temos que desprivatizar a Petrobras, tirar os interesses privados que estão comandando uma série de negócios na Companhia para que possamos ter controle social desses empreendimentos”, defendeu. O deputado lembrou que a terceirização exacerbada que foi praticada nessas empresas também contribuiu para os desmandos verificados ao longo dos anos.
“Na verdade, nós temos que fazer uma luta para defender a Petrobras, tirando os corruptos que estão lá dentro, inclusive por negociações políticas”, salientou.
Controle Social – Para Fernando Ferro, o cenário exige mudança de procedimento. Nesse sentido, ele defende um controle social, com maior participação dos trabalhadores da Petrobras e da sociedade na regulação social da empresa. Isso, segundo ele, controlaria os seus negócios e inibiria os interesses privados que se apossaram de vários contratos da estatal.
“Portanto, a nossa luta é para defender a Petrobras da sanha desses interesses que estão atacando esse patrimônio nacional e, agora, com um discurso de que combater a corrupção é privatizá-la, entregá-la a grupo privado”, denunciou Ferro.
Benildes Rodrigues