A deputada Fátima Bezerra (PT-RN) manifestou solidariedade às entidades e movimentos da sociedade civil que divulgaram na segunda-feira (28), Carta Aberta ao Senado Federal em repúdio à “declaração preconceituosa” de Cláudio de Moura Castro durante debate na Comissão de Educação do Senado sobre o novo Plano Nacional da Educação (PNE). Segunda ela, as entidades exigem retratação pública.
“Esse senhor é um especialista renomado em educação e durante audiência pública sobre o PNE, buscando reforçar seu argumento de que o Plano Nacional de Educação é inconsistente, devido à participação da sociedade civil, afirmou que sua proposta ao plano seria oferecer um bônus para as caboclinhas de Pernambuco e do Ceará se casarem com os engenheiros estrangeiros, porque aí eles ficam e aumentam o capital humano no Brasil e, portanto, aumenta a nossa oferta de engenheiros. Expressão desastrosa e infeliz e termos que vêm eivados de preconceito, intolerância e desrespeito”, afirmou a deputada, que classificou a intervenção como absurda.
“Essas entidades consideram que essa manifestação foi uma ofensa às mulheres e à educação brasileira, inclusive sugerindo a subjugação delas por estrangeiros. Além disso, consideram que essa expressão dele tem também um manifesto de caráter regional e racial inaceitável, especialmente em uma sociedade democrática”, disse Fátima Bezerra.
Assinam o documento de repúdio entidades e movimentos que participam dos debates para a construção do novo PNE. Entre elas, a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Gizele Benitz