Faltou trabalho para cerca de 26,4 milhões de brasileiros e brasileiras em 2017, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) trimestral, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23).
Desse total, 12,3 milhões estavam desempregados e 6,5 milhões subocupados – pessoas que trabalharam menos de 40 horas por semana porque foram as únicas oportunidades no mercado de trabalho que encontraram.
No Brasil do desemprego, sobra desalento: 4,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras estão desestimulados a procurar emprego. Elas podem, querem e precisam trabalhar, mas não procuraram emprego nos últimos 30 dias, desanimaram porque não conseguiram. Se tivessem conseguido trabalho, estariam disponíveis para assumir a vaga.
O Nordeste é a região com o maior número de desalentados – 59,7% do total nacional. A Bahia, com 663 mil, e o Maranhão, com 410 mil, são os estados campeões.
Segundo o IBGE, este é o maior contingente de desalentados já registrado desde 2012, quando começou a série histórica feita do Instituto. No primeiro trimestre de 2012, esse número correspondia a 1,9 milhão de pessoas.
Uma das razões para o desalento pode ser o aumento na demora para conseguir emprego nos últimos meses. Pesquisa feita pelo SPC e CNDL apontou que os brasileiros estão demorando, em média, um ano e dois meses para conseguir emprego no Brasil.
Segundo o pesquisador Cimar Azeredo, do IBGE, se os desalentados começassem a procurar emprego, a taxa de desocupação aumentaria. Isso porque, o IBGE considera como desocupado aquele trabalhador que procurou emprego, mas não conseguiu.
Ele disse, ainda que “as políticas para o mercado de trabalho têm de olhar para os 26,4 milhões de brasileiros que estão sem trabalho”.
Do total de mais de 26 milhões sem trabalho, 3,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras apesar de considerados força de trabalho em potencial, não estavam disponíveis para trabalhar.
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