O golpe e seus apoiadores estão em franco desmoronamento. O choque de realidade não poupa sequer o “pato da Fiesp” – aquele que serviu de ícone para o falso moralismo de quem derrubou a presidenta Dilma Rousseff e golpeou a democracia. O publicitário Renato Pereira – que trabalhou para o PMDB e disse em delação ter recebido dinheiro vivo de caixa dois nas campanhas cariocas do ex-governador Sérgio Cabral, do ex-prefeito Eduardo Paes, do atual governador Luiz Fernando Pezão – também confessou ter deixado rastros por São Paulo.
Ele acusou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, de fraudar licitação de publicidade do Sesi e do Senai para beneficiar a Prole, sua agência de publicidade. Skaf teria agido para que a empresa do marqueteiro ganhasse a disputa com outras agências e, em troca, teria recebido da vencedora a produção de peças publicitárias – via Sesi e Senai – para promover sua imagem, mantendo acesa suas pretensões de concorrer ao governo de São Paulo em 2018.
As duas instituições (Sesi e Senai), muito embora sejam mantidas também com recursos públicos, orientaram a Prole a produzir peças que exaltassem Skaf. Não por acaso, a Fiesp também contratou a mesma empresa publicitária para prestar serviços à Federação, entregando a ela, por exemplo, a responsabilidade de produzir a famigerada campanha “Chega de pagar o pato”, que foi o símbolo de todos aqueles que saíram às ruas para pedir o impeachment da presidenta Dilma.
O delator e marqueteiro contou que seu primeiro contato com a Fiesp ocorreu em 2013, quando foi sondado por Skaf para cuidar de sua campanha ao governo paulista, em 2014, o que acabou não ocorrendo. Novo contato só teria sido realizado em fevereiro de 2015, quando foi convidado para cuidar da publicidade das entidades sob o comando de Skaf. Segundo disse o delator, a responsabilidade pela publicidade dos órgãos do Sistema S era apenas uma parte do serviço, já que durante as reuniões também eram discutidos “cenários políticos nacional e estadual, visando promover a figura de Skaf para futura candidatura ao governo, em 2018”, disse.
Renato Pereira ainda acusou em sua delação a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) de fazer igualmente uso de caixa dois – assim como fizeram outros candidatos cariocas – em sua campanha à prefeitura de SP, em 2016. O acordo de Pereira está em fase de homologação no Supremo Tribunal Federal.
PT na Câmara com Agências