Expansão da classe média facilita erradicação da pobreza

PepeVArgasA presidenta Dilma Rousseff concedeu entrevista à revista Carta Capital (n.º 659) que circula esta semana. Na pauta, o combate à corrupção, a crise econômica internacional, a saúde pública, as obras para a Copa do Mundo e a erradicação da miséria.

“Farei tudo que estiver ao meu alcance para que o Brasil, em 2014, tire 16 milhões de cidadãos da miséria. Quero consolidar um Brasil de classe média”, afirmou a presidenta durante a entrevista, realizada na semana passada, quando a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) apresentou o levantamento “Classe Média em Números”, trazendo um perfil detalhado da nova classe média brasileira. Os dados do levantamento – feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) – indicam que nos últimos dez anos ocorreram alterações socioeconômicas bastante significativas na população brasileira.

Em 2003 a classe média correspondia a 40% da população, proporção esta que saltou para 52% seis anos depois. Em termos absolutos, a classe baixa, por sua vez, caiu de 85 milhões para 61 milhões nesse período. Ao fim de 2003, quase 40% da população brasileira vivia abaixo da linha da pobreza, sendo que em 2009 24% dos brasileiros estavam nessa situação.

Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), “é factível o objetivo da presidenta Dilma Rousseff de erradicar a miséria. Para isso, é preciso avançar nas políticas públicas que vem sendo implementadas desde 2003, com o governo Lula”, avalia Pepe Vargas, um dos vice-líderes do PT na Câmara.

O parlamentar destaca especialmente três fatores que contribuíram para a ampliação da classe média na última década: a geração de emprego, a valorização do salário mínimo e o estímulo ao empreendedorismo. “Esse crescimento da classe média se deve a inúmeros fatores, mas um duplo movimento favoreceu imensamente esse fenômeno. Por um lado, a políticas de geração de emprego – que criou cerca de 16 milhões de novos postos de trabalho desde 2003 – e o fortalecimento do salário mínimo, que possui um efeito sobre toda a sociedade, já que exerce influência na elevação os pisos salariais das diversas categorias e segmentos. Soma-se a isto o estímulo ao empreendedorismo, fato atestado pelos números do Simples Nacional: tínhamos 1,3 milhões de empresas cadastradas em 2007 e hoje temos mais de 5 milhões de estabelecimentos que usam o sistema”, declarou o deputado.

“A relevância disso fica ainda mais evidente num contexto onde os empreendedores por oportunidade aumentaram muito em relação aos empreendedores por necessidade, bem como diminuiu bastante o número de empresas que encerraram suas atividades no primeiro ano de funcionamento”, complementou Vargas.

O crescimento do mercado interno também traz desafios que o PT e o governo precisam enfrentar, lembra Pepe Vargas. “As empresas prestadoras de serviço estão atentas ao crescimento da classe média e irão disputar essa faixa de consumidores. No caso da saúde e da educação, por exemplo, as empresas tentarão incorporar estes novos consumidores. Para um partido como o PT e para um governo como o nosso, é importante garantir a dimensão destes serviços enquanto direitos, senão o Estado acabará subsidiando os lucros do setor privado advindos com os mecanismos de renúncia fiscal existentes nestes setores, como o Imposto de Renda, que permite o abatimento dos gastos com planos de saúde”, alertou Pepe Vargas.

Rogério Tomaz Jr.

A entrevista da Carta Capital com a presidenta Dilma Rousseff está disponível no seguinte link:
http://www.ptnacamara.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8409

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