Ex-presos políticos discutem direitos humanos no FSM

emiliano“Direitos humanos no século XXI e as questões dos desaparecidos políticos” foi o tema da mesa de debates do “Fórum Social Mundial (FSM) – Temático Bahia” realizada no Hotel Sol Barra, na sexta-feira (29).

Os palestrantes foram o deputado federal Emiliano José (PT-BA); o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda; a viúva do ex-líder comunista Carlos Marighella, Clara Charf; a presidente do grupo Tortura Nunca Mais, Diva Santana; e o secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Nelson Pelegrino.

O deputado Emiliano José, ex-preso político, manifestou a admiração por todos os componentes da mesa que, segundo ele, têm profunda dedicação aos direitos humanos. Lembrou que a ditadura no Brasil causou mortes, torturas, repressão, e que não é isso que se quer com a Comissão Nacional da Verdade.

“Não nos diga que estamos com espírito de revanchismo. Nós não somos torturadores. Não descansaremos enquanto a verdade não vier à tona, enquanto os opressores não forem julgados. É como se os mortos nos cobrassem. Continuam a fazer parte de nossas vidas. Nos lembram dos ecos do passado. Ousamos a desafiar a ditadura. Esta luta teve um começo e terá um fim”, declarou o deputado.

Emiliano leu para os presentes uma carta de sua autoria publicada no site da Carta Capital (dia 29/1), feita para o ministro dos Direitos Humanos. No texto, intitulado “Carta aberta ao ministro Paulo Vannuchi”, o deputado defende o apoio de Vannuchi ao Plano Nacional dos Direitos Humanos e à Comissão Nacional da Verdade.

O ex-deputado federal de Minas Gerais Nilmário Miranda, também ex-preso político,recordou que foram 163 desaparecidos no Brasil durante a ditadura, além de centenas de presos e torturados. Para ele, a anistia é um processo que ainda não acabou.

A ex-presa política no governo Getúlio Vargas, Clara Charf, disse: “Nunca tivemos um período tão longo de democracia como agora. Foi a luta do povo, as idéias socialistas. É importante a luta pela nossa história”. Charf destacou que Marighella foi uma grande figura no Brasil.

Nelson Pelegrino destacou que o FSM tem um papel importante para tornar o mundo melhor. “Comemoramos os 30 anos de anistia em 2009. Sabemos que é uma anistia restrita, que está por se completar. Agora a luta é outra. As pessoas querem saber onde foram parar os seus entes queridos desaparecidos “, concluiu.

(Assessoria parlamentar)

 

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