Milhares de manifestantes participaram, na noite desta segunda-feira (29), de um ato político “Em Defesa da Democracia e dos Direitos” em frente ao Senado, numa das vias da Esplanada dos Ministérios. No lado oposto do muro que dividia a Esplanada, minguadas dezenas de pessoas se aglomeravam entorno de um trio elétrico dos apoiadores do golpe. No setor destinado aos defensores da democracia, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, estudantes, sindicalistas, aposentados e outros segmentos sociais manifestavam apoio à presidenta Dilma Rousseff e criticavam a agenda de retrocessos patrocinada pelos golpistas.
Presente ao ato, o deputado Marcon (PT-RS) destacou que a defesa da presidenta Dilma no Senado demonstrou o respeito dela pela democracia e pelo povo brasileiro. “Se é por argumento, se é por firmeza, se é para defender o povo brasileiro a Dilma deu um show no senado, os golpistas não tiveram argumentos, estão perdidos. E esse golpe é de classes, porque quem vai pagar a conta é o povo brasileiro, com a reforma da previdência, com a reforma trabalhistas, com a venda do pré-sal, da Petrobras, e com o fim dos programas sociais. Esse golpe tem lado, é dos ricos, da justiça e da Globo”, criticou o deputado gaúcho.
Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, destacou que a presidenta Dilma Rousseff desmascarou as reais intenções dos golpistas. “Foi um depoimento firme, decidido e direto que dialogou com o Brasil, dando recado de esperança e defendendo o legado do mandato que ela fez e denunciando esse golpe sórdido contra os direitos dos trabalhadores, contra a CLT, e para acabar com a democracia”, disse.
Durante a realização do ato, o ex-deputado e atual tesoureiro nacional do PT, Márcio Macedo, também elogiou a coragem da presidenta Dilma. “Esta data vai entrar para a história como um dia em que uma mulher honesta, eleita por 54 milhões de votos sentou no banco dos réus sem ter cometido crime. Ela falou hoje ao Brasil e ao mundo denunciando esse golpe em curso, que precisa ser resistido pelo povo brasileiro nas ruas”, ressaltou.
Pessoas simples do povo também defenderam a presidenta Dilma e criticaram os patrocinadores do golpe. Esse é o caso do senhor Antônio Salvador de Oliveira, da cidade de Santa Margarida, interior de Minas Gerais, e do sindicato de trabalhadores rurais da cidade.
“Primeiramente eu vejo que eles (os golpistas) não têm moral para isso. Porque podemos observa que o PSDB, parte do PMDB, parte do PP, PTB e vários partidos que compõem a Câmara, e o Senado, são denunciados e contra eles não se apura nada. Enquanto isso tentam acusar a presidenta Dilma, e não encontram nada. Por isso, classificamos isso como um golpe, um golpe, um golpe”, reiterou.
Para o coordenador da Federação dos Trabalhadores Rurais de Minas Gerais, Janilton Miranda, além do prejuízo para a democracia a tentativa de golpe também representa um retrocesso para os trabalhadores do campo e a agricultura familiar. “Isso já passa de um golpe contra apenas a presidenta Dilma. Porque nessa transição com o governo interino já trouxe vários prejuízos, principalmente para a agricultura familiar, quando extinguiram o Ministério de Desenvolvimento Agrário, e reduzindo as políticas públicas. Inclusive já aumentaram o juro do Pronaf, que aumentou de 2 para 5%. Isso para nós já é um golpe”, afirmou.
O presidente do PT na cidade do Paranoá (DF), Marcelo Didonet, destacou que a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma é a nova forma do imperialismo de nações mais ricas para controlarem países emergentes.
“Essa é a nova estratégia do imperialismo de realizar golpes de estado contra governo progressistas, de esquerda, nacionalistas e revolucionários ao redor do mundo. O imperialismo não consegue mais mobilizar as forças armadas para cumprir uma função que já cumpriu na história. Mas independentemente do resultado que nós vamos ter, a luta de classes não para e vai seguir. A nossa resistência não vai parar nunca, e esse é o maior desespero para as elites. Como disse a Dilma, nós estamos do lado certo da história, e a história vai julga-los”, argumentou o dirigente.
Héber Carvalho
Foto: Salu Parente/PTnaCâmara