O deputado Fernando Ferro (PT-PE) usou a tribuna da Câmara na segunda-feira (19) para alertar sobre o risco da “vulnerabilidade cibernética” para o país. O deputado lembrou das revelações do ex-agente da CIA (Agência de Inteligência Americana), Edward Snowden, sobre o uso da internet (Google, Facebook, Microsoft) e redes de telefonia como armazenadores de informações de interesses da inteligência americana.
“A Internet, que pode ser um instrumento de divulgação, de valorização, de troca de informação a serviço da cidadania, está se transformando no biombo dos interesses totalitários na manipulação de dados, no controle das novas formas de guerrear – a chamada guerra cibernética”, alertou Fernando Ferro.
Essa guerra silenciosa, enfatizou, “impede, paralisa, controla um país sem dar um único tiro, sem fazer uso de nenhum esquema de armamento, de nenhuma arma letal, nenhuma bomba, nenhum artefato militar de porte”.
O deputado petista alertou também para o perigo de se ter a mesma violação de privacidade nas áreas militar, da ciência e da tecnologia, do sistema financeiro e comercial, entre outras informações de interesse exclusivo do País que, segundo ele, são detidas por um sistema de armazenagem que existe nos Estados Unidos. Ele disse ainda que as informações armazenadas nesse banco de dados mundial é objeto de preocupação.
Fernando Ferro lembrou ainda que recentemente os Estados Unidos afirmaram ter sido vítimas de espionagem cibernética por parte da China. Isso, segundo Ferro, revela a capacidade de ataque dessa guerra silenciosa que é feita através das redes de comunicação, da internet.
Para o petista, o conceito de segurança cibernética “requer que o Governo seja capaz de proteger suas informações e, além disso, proteger as informações militares, científicas, tecnológicas, financeiras e a privacidade dos cidadãos. Isso é feito a partir da construção de redes seguras”.
Como forma de combater a espionagem internacional, o deputado defende a adoção de uma legislação específica capaz de dar segurança à população, que proteja os interesses nacionais e que garanta inviolabilidade às comunicações do país. “Um escândalo como o da espionagem dos Estados Unidos no Brasil é objeto de preocupações sobre o qual esta Casa deveria se debruçar com mais intensidade”, finalizou.
Benildes Rodrigues