Equilíbrio entre Estado e mercado conquistado pelo Brasil é elogiado pela OCDE

lalberto_pdelgadoO italiano Pier Carlo Padoan, secretário-geral adjunto e economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), vê o Brasil como uma “história de sucesso” no contexto da crise econômica e financeira global porque soube encontrar um novo equilíbrio entre o livre mercado e a intervenção do Estado na economia.

Em entrevista à BBC Brasil, Padoan disse que o “Brasil encontrou um equilíbrio importante entre o crescimento econômico e as questões sociais”.

Essa análise é compartilhada por parlamentares do PT. O deputado Luiz Alberto (PT-BA) observou que a constatação do economista da OCDE confirma o sepultamento do neoliberalismo, embora a doutrina ainda tenha seguidores, como a oposição brasileira capitaneada pelo PSDB e DEM. ” O norte do governo FHC, que defendia a tese do Estado mínimo e força total ao mercado, foi jogado na lata de lixo da História. O governo Lula, a partir de 2003, mas sobretudo no enfrentamento dos reflexos da crise mundial eclodida em 2008, mostrou que o Estado é importante para induzir o desenvolvimento com geração de empregos, distribuição de renda e justiça social”, disse o petista.

O deputado Paulo Delgado (PT-MG) observou que o governo Lula não só conseguiu calibrar perfeitamente o papel do Estado na regulação do mercado, mas foi além. “O êxito foi também conseguir ajudar os pobres sem empobrecer os ricos. Foram criadas condições de realizar um pacto social por intermédio da economia”, disse o parlamentar. “O desafio agora é consolidar a política de equilíbrio entre Estado e o mercado, criando uma economia sólida, próspera, estável e socialmente justa”.

Segundo Pier Carlo Padoan , o Brasil, como outros países emergentes, mostrou uma grande capacidade para reagir à crise atual. “O Brasil é uma história de sucesso porque o País encontrou um novo equilíbrio entre a livre concorrência dos mercados e a intervenção do Estado na economia. É um caso muito interessante de sucesso, que é certamente permanente porque é o resultado de uma transformação estrutural da relação entre os setores público e privado na economia.”

Ele frisou que o Brasil encontrou um equilíbrio importante entre o crescimento econômico e as questões sociais. “O país encontrou mecanismos de transferência de renda à população”, disse. Ele ainda citou que outro elemento importante é a questão fiscal, nas relações entre o governo central e os Estados, que poderia ser vista como “lição para outros países que têm uma estrutura federal, como o Canadá, a Índia, a Suíça e também a Itália”. Mencionou também a “vitalidade da indústria brasileira, sua capacidade para ter posições competitivas importantes em setores avançados, como a aeronáutica”.

Para o integrante da OCDE, o Brasil pode adotar ações que vão garantir um destaque ainda maior do País no cenário internacional, como melhoria do sistema educacional, ou seja, do capital humano, e ações ligadas à inovação tecnológica. Acredita também que o Brasil pode melhorar seu sistema fiscal.

 

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