O deputado Henrique Fontana (PT-RS) afirmou na tribuna da Câmara nesta segunda-feira (12), que a entrevista do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada hoje “indica um perfil autoritário de um governo que nem se estabeleceu no País ainda”. Ele se refere à afirmação do parlamentar do PSL de que não existe espaço de diálogo com a Oposição, principalmente de partidos como o PT, o PCdoB e o PSOL. “É um direito que o deputado tem de dizer isto. Mas é extremamente grave e merece análise de todos os brasileiros preocupados em defender a democracia em nosso País”.
Ainda sobre a entrevista, Fontana destacou o olhar que o deputado do PSL tem sobre a diplomacia brasileira. Ao responder indagação do jornalista, Eduardo Bolsonaro teria confirmado que será preciso fazer muitas mudanças no corpo de funcionários do atual Ministério das Relações Exteriores, porque o que se escuta falar é que o Itamaraty é um dos ministérios onde está mais arraigada essa “ideologia marxista” e onde haveria uma maior repulsa ao presidente Bolsonaro.
Na avaliação do deputado Fontana, provavelmente Eduardo Bolsonaro saiba que está falando de servidores de carreira do Itamaraty. “E talvez ele queira nesse momento demonstrar a característica do aparelhamento de Estado que ele defenderá ao lado de seu pai, o presidente eleito”, criticou, ao afirmar que estará atento para “denunciar cada um desses casos, se eles ocorrerem”.
Enem – Henrique Fontana lamentou não ter tempo para analisar, em plenário, toda a entrevista, mas fez questão de citar a fala do filho do deputado eleito sobre o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). “Ele pensa que é o censor das provas aplicadas no País com total independência ao afirmar que no governo Bolsonaro não aconteceria o que aconteceu na avaliação deste ano”.
“É preciso dizer a ele – e que ele diga ao seu pai – que não há censor para controlar uma prova do Enem ou qualquer outra prova de concurso público no nosso País”, reforçou.
E, por fim, continuou Fontana, “quando o deputado do PSL aborda um tema que tem a ver com a ideia de censura, que é a questão do que eles chamam de ‘Escola sem Partido’, na verdade, pela entrevista dada por Eduardo Bolsonaro, fica claro que ele quer mudar uma escola com efetiva liberdade, por um sistema educacional controlado pelo partido que está no Governo”, criticou.
PT na Câmara