Entrada do Brasil no fórum Opep+ pode contribuir para transição energética e pauta verde em nível global, afirma Zeca Dirceu

Líder Zeca Dirceu. Foto: Zeca Ribeiro

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), rebateu hoje (6) críticas à eventual participação do Brasil na Opep+, um fórum não deliberativo nem vinculante que reúne grandes exportadores de petróleo e também produtores aliados.

“Dada a relevância do país como maior produtor de petróleo da América Latina, é justificável que participe do fórum. O principal é que se trata de oportunidade única de o Brasil cumprir o papel de influenciar a transição energética e a pauta “verde” junto aos maiores produtores mundiais de petróleo”, escreveu o líder do PT, em artigo no site Poder 360.

Ele lembrou que a Opep tem 13 países integrantes e conta com um grupo de outros 10 associados desde 2016 –a Opep+. Esse grupo adicional colabora nos debates relacionados ao comércio de petróleo, mas não participa das decisões para influenciar o preço do petróleo no mercado global.

Observou que o Brasil, com 40% de sua matriz energética com fontes renováveis, pode ser ume exemplo ao mundo  na transição para fontes que não usem combustíveis fósseis, que aceleram as mudanças climáticas e o aquecimento global.

“É preciso ultrapassar interesses de vários países e desenvolver alternativas viáveis para acelerar a descarbonização da economia mundial, um interesse de todas as populações em defesa da vida na nave comum chamada Terra. A eventual participação do Brasil na Opep+ contribui para realizar esse propósito”, afirmou o líder.

Leia a integra do artigo:

“Um verde no mundo do petróleo

Por Zeca Dirceu (*)

Como sempre, criou-se uma falsa polêmica com o recente anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o convite para futura participação do Brasil na Opep+, um fórum não deliberativo nem vinculante que reúne grandes exportadores de petróleo e também produtores aliados.

Dada a relevância do país como maior produtor de petróleo da América Latina, é justificável que participe do fórum. O principal é que se trata de oportunidade única de o Brasil cumprir o papel de influenciar a transição energética e a pauta “verde” junto aos maiores produtores mundiais de petróleo

A Opep tem 13 países integrantes e conta com um grupo de outros 10 associados desde 2016 –a Opep+. Esse grupo adicional colabora nos debates relacionados ao comércio de petróleo, mas não participa das decisões para influenciar o preço do petróleo no mercado global.

É nesse grupo que o Brasil pode ser incluído, caso aceite o convite para ingressar como país aliado.  Dentre seus principais desafios, o grupo debate a necessidade de se adaptar às mudanças do mercado, incluindo a perspectiva de transição energética no mundo.

Os grandes produtores de petróleo poderão usar suas incalculáveis reservas monetárias acumuladas ao longo de décadas para investimentos em produção de combustíveis renováveis de que o planeta precisa, como o hidrogênio verde. É o caminho para superar a matriz energética atual, que ameaça a vida no planeta.

É justamente nessa transição, com virtual fim dos combustíveis fósseis como são utilizados hoje, que o Brasil tem papel central, como assinalou Lula. O país já é um dos líderes mundialmente reconhecidos na construção de um futuro energético sustentável e na defesa de medidas para conter as mudanças climáticas.

A matriz energética do Brasil é muito diferente da mundial. No país, o uso de fontes energéticas renováveis (hidráulica, eólica, solar, derivados da cana-de-açúcar, biomassa etc.) ultrapassa 40% de participação no total, enquanto no resto do mundo alcança só 15%, em média.

Isso significa que, enquanto o mundo ainda depende fortemente da energia proveniente de combustíveis fósseis não renováveis, o Brasil diversificou de forma eficiente suas fontes energéticas, e pode, de fato, se tornar uma referência em matriz energética sustentável para o mundo.

Graças à nossa extensão territorial, biodiversidade e condições climáticas, a matriz brasileira é considerada uma das mais limpas do mundo. Com a diversificação e a expansão do uso de fontes renováveis como sol, vento e biomassa, essa matriz pode ser transformada, evoluindo cada vez mais para bases energéticas sustentáveis e diversificadas.

Recentemente, o governo federal deu mais um passo importante para promoção da mobilidade sustentável de baixo carbono, ao lançar o Programa Combustível do Futuro, que tem por objetivo aumentar a participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional favorecendo efetivamente a descarbonização e reduzindo as emissões de gases do efeito estufa do setor de transportes.

Entretanto, como enfatizado pelo presidente Lula na COP28, é preciso fazer um esforço mundial para enfrentar o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. De forma pragmática, o presidente indicou um caminho —utilizar o dinheiro produzido pelo lucro do petróleo para desenvolver tecnologias de produção de energias renováveis.

Para alcançar o objetivo de reduzir os usos de combustíveis fósseis, é preciso ultrapassar interesses de vários países e desenvolver alternativas viáveis para acelerar a descarbonização da economia mundial, um interesse de todas as populações em defesa da vida na nave comum chamada Terra. A eventual participação do Brasil na Opep+ contribui para realizar esse propósito.

(*) Deputado federal pelo PT do Paraná e líder da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados

 

(artigo publicado originalmente no site Poder 360 em 6/12/23)

Redação PT na Câmara

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