Em artigo, o deputado Enio Verri (PT-PR) denuncia a campanha forjada em mentiras e boatos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que – com o apoio da mídia e de uma parcela da sociedade – tem como objetivo final criminalizar o Partido dos Trabalhadores. Ao mesmo tempo, o deputado chama a atenção para o tratamento diferenciado dispendido por essa mesma mídia e pela Justiça quando acusações envolvem personagens tucanos.
“Aécio Neves, delatado como beneficiado de propinas de Furnas e responsável pela construção de um aeroporto, com dinheiro público, na fazenda de seu tio; e Fernando Henrique Cardoso, também ex-presidente, acusado de um esquema de beneficiar empresas, de mandar dinheiro ao exterior de forma ilegal e de garantir emprego de uma funcionária fantasma no mandato de José Serra, parecem não ter com que se preocupar”, afirma o deputado no artigo.
Leia íntegra a seguir:
Massacre midiático e ódio seletivo contra o PT
* Enio Verri
Propagadas por uma elite midiática e uma parcela da sociedade, em sua maioria, pertencente às classes mais abastadas, as incoerências e inconsequências do conservadorismo e ódio seletivo beiram o ridículo, quando não, a insanidade e irresponsabilidade com os brasileiros.
Sem a menor preocupação com provas ou com o respeito ao direito de defesa de qualquer brasileiro, o caça às bruxas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, forjado sob mentiras e boatos presentes nos meios de comunicação, revela-se cada vez mais como uma tentativa de criminalização do Partido dos Trabalhadores do que propriamente uma investigação judiciária.
Enquanto as manchetes tentam incriminar o ex-presidente, baseando-se em boatos, mentiras e opiniões individuais, buscando a todo custo ligá-lo a denúncias de corrupção, os tucanos continuam impunes ao massacre midiático e protegidos no judiciário.
Aécio Neves, delatado como beneficiado de propinas de Furnas e responsável pela construção de um aeroporto, com dinheiro público, na fazenda de seu tio; e Fernando Henrique Cardoso, também ex-presidente, acusado de um esquema de beneficiar empresas, de mandar dinheiro ao exterior de forma ilegal e de garantir emprego de uma funcionária fantasma no mandato de José Serra, parecem não ter com que se preocupar.
Escondido na grande mídia e de pouca importância para aqueles com ódio seletivo e para setores do judiciário, casos como dos tucanos não ganham a mesma conotação, nem os mesmos esforços para investigar denúncias de corrupção envolvendo a oposição – os boatos e supostos “amigos” nunca envolvem lideranças do PSDB.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, a jornalista Mirian Dutra, ex-amante de FHC, acusou o ex-presidente de bancar as suas despesas e de seus filhos no exterior por meio de um contrato fictício com empresa Brasif S.A. Importação e Exportação. Ele teria presenteado um dos filhos da jornalista com um apartamento em Barcelona.
A Brasif, ligada a Jorge Bornhausen, amigo de FHC e crítico do PT, dominava os negócios dos free shops nos aeroportos durante o governo tucano. Os contratos eram renovados sem licitação, o que representa uma séria de infrações ao direto e administração pública.
Coincidentemente, a irmã de Mirian Dutra, é assessora no Congresso Nacional há 15 anos, sem aparecer na Casa ou realizar qualquer tipo de atividade parlamentar. Desde de 2000, ela vem sendo nomeada em gabinete de parlamentares tucanos, para cuidar segundo o senador José Serra, de um “projeto sigiloso”.
Os indícios que não só merecem uma investigação a fundo e ampla divulgação, como também, o protesto daqueles que pedem o fim da corrupção – quem sabe camisas, faixas e boneco pedindo a prisão de FHC –, se escondem dentro das páginas de jornais e em gavetas do poder judiciário. Uma rotina que se repete e mancha a democracia brasileira.
*Enio Verri é deputado federal pelo PT do Paraná
Site Brasil 247
Foto: Gustavo Bezerra
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