Enio Verri denuncia Bolsonaro por tentar replicar no Brasil modelo autoritário de Fujimori

O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), alertou hoje (2) que as forças democráticas do Brasil devem se unir para evitar que o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro replique no país o mesmo sistema adotado pelo ditador Alberto Fujimori nos anos de 1990 no Peru.  “O capitão-presidente indica que quer adotar uma “democradura”,  uma ditadura disfarçada de democracia, com  atores centrais em seu enredo neofascista: milícias armadas, igrejas evangélicas neopentecostais e parte expressiva das famílias mais ricas do país”, advertiu o líder, em artigo publicado no portal do jornal O Globo.

Ele criticou Bolsonaro por ignorar a pandemia de coronavírus – que já matou mais de 30 mil brasileiros – e fomentar permanentemente atritos com os outros Poderes, como fez o neoditador Fujimori, deixando sequelas nas instituições do Peru até hoje.

“É dever das forças democráticas brasileiras se unirem para evitar a fujimorização do Brasil. Os interesses nacionais serão seriamente prejudicados se a sociedade brasileira não barrar o projeto autoritário em gestação. Impeachment já!”, escreveu Enio Verri.

Leia a íntegra do artigo:

 “Bolsonaro, uma sombra de Fujimori em pleno século 21

Por Enio Verri (*)

O Brasil vive uma grave pandemia e séria crise econômica, social e política. Tudo graças à conduta irresponsável do presidente da República. Numa frente, promove permanente confronto com as instituições  – como o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional – a fim de abalar  a harmonia entre os Poderes, peça central do sistema  democrático; na outra, afronta as instituições sanitárias, a começar pela Organização Mundial da Saúde.

Jair Bolsonaro atua como negacionista e ignora a gravidade da pandemia de coronavírus. O resultado é o estímulo a aglomerações humanas com a consequente disseminação da Covid-19 e o aumento do número de casos e mortes. Não é à toa que o Brasil se tornou epicentro mundial da doença. Um comportamento extremamente perigoso para o país.

O objetivo de Bolsonaro, aparentemente, não é dar um golpe de Estado nos moldes tradicionais, com tanques nas ruas, como era comum nos anos 60 e 70 em toda a América Latina. O capitão-presidente indica que quer adotar uma “democradura”,  uma ditadura disfarçada de democracia, com  atores centrais em seu enredo neofascista: milícias armadas, igrejas evangélicas neopentecostais e parte expressiva das famílias mais ricas do país.

O bolsonarismo, na verdade, bebe principalmente na fonte do ditador peruano Alberto Fujimori, que nos anos de 1990 dirigiu seu país com mão de ferro, procurando transformar sua família num clã. É o que Bolsonaro faz com seus filhos, utilizando estruturas da República, como a PF, para abafar investigações sobre o envolvimento do clã com as milícias no Rio de Janeiro. A chamada “nova política” na realidade ampara-se no ideário autoritário fujimorista, como se o Estado fosse extensão dos interesses familiares.

Fujimori ainda não morreu, mas seus familiares e sucessores continuam atuantes na política do Peru, desestabilizando a democracia permanentemente. Chegaram a ter papel central na derrubada de um presidente (PPK) e obrigaram o atual, Martin Vizcarra, a dissolver o Parlamento de oposição fujimorista para garantir um mínimo de estabilidade ao país. Soa bizarro um presidente dissolver um Congresso (conforme prevê a Constituição peruana) para tentar manter a democracia. Mas essa é uma das sequelas do fujimorismo no país vizinho.

Fujimori, como Bolsonaro, fazia forte discurso contra a corrupção e a esquerda. Venceu a luta contra o terrorismo do Sendero Luminoso, o que lhe rendeu grandes dividendos políticos, mas também apropriou-se dos métodos senderistas, como o uso de milícias armadas e envolvimento com o narcotráfico. Resultado: desenfreada corrupção. Fujimori e Bolsonaro aparentam ser irmãos siameses na prática de governo.

Bolsonaro se elegeu com base em fraudes como a manipulação das redes sociais, à custa de gastos milionários nunca apurados pela Justiça Eleitoral.

Já houve um presidente, o equatoriano Abdala Bucaran, que foi afastado por insanidade. Bolsonaro poderia se encaixar no mesmo caso, pelo seu desvario e projeto de  criar uma espécie de anarcocapitalismo para favorecer seus interesses pessoais e das oligarquias que o apoiam.

Seu projeto nocivo abarca da destruição dos direitos sociais e trabalhistas à destruição da Amazônia e dos biomas no resto do país, fragilizando ecossistemas e, portanto, o regime de formação de chuvas em todo o Brasil. Bolsonaro despreza a vida e celebra a morte, como expoente da necropolítica.

É dever das forças democráticas brasileiras se unirem para evitar a fujimorização do Brasil. Os interesses nacionais serão seriamente prejudicados se a sociedade brasileira não barrar o projeto autoritário em gestação. É imperativo uma saída, com base na Constituição,  para impedir um presidente eleito pelo voto popular, no regime democrático, que  usa o cargo para conspirar e demolir a democracia no Brasil.

Impeachment já!

Enio Verri é  deputado federal (PT-PR) e líder do partido na Câmara dos Deputados

Artigo publicado originalmente no site do jornal O Globo em 2/06/2020)

 

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