Enem precisa ter a cara do jovem que quer ingressar no ensino superior

Deputado Enio Verri. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Estamos na semana da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). E, além da preocupação com os estudos e com as questões do Exame, os estudantes se depararam com denúncias de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) de pressões para mudanças no conteúdo das provas deste ano. O que resultou em pedidos de demissão em massa do órgão responsável pela aplicação do exame.

Como tantas outras políticas transformadoras, que foram deixadas em prol da população, o Enem também é alvo de ataques do governo Bolsonaro.

O Enem foi criado em 1998. Antes pensado para avaliar o aprendizado no ensino médio em todo o país, hoje, tornou-se a principal entrada para o ensino superior público e particular do Brasil. Juntos, o Enem, Sisu, ProUni e Fies formaram uma grande política de democratização do ensino superior no Brasil.

Em 2009, com o ministro da Educação Fernando Haddad, no governo Lula, o exame foi reformulado. Quando foi introduzido um novo modelo de prova, realizada em dois dias, unificando o vestibular das universidades federais brasileiras.

No entanto, após testemunharmos o ministro da Educação, Milton Ribeiro, dizer que a universidade não é para todos, parece que tanto ele quanto o governo querem que a juventude não tenha maiores chances de ingressar nas universidades.

Até na forma de conceder a isenção da taxa de inscrições aos candidatos de baixa renda, o governo mostrou que não quer o mais pobre busque seu diploma de graduação. O Supremo Tribunal Federal (STF) precisou intervir e estabelecer a reabertura do prazo de inscrição para pedidos de isenção do Enem 2021. Assegurando a participação dos estudantes que não tem condições de arcar com os custos da inscrição.

A falta de estímulo explica a redução de 41% nos inscritos no Enem desse ano, o menor número de inscritos desde 2005.

O jornal O Estado de São Paulo de 17 de novembro, denunciou que o presidente do Inep, Danilo Dupas teria excluído 24 itens da prova deste ano. A justificativa era que as questões teriam assuntos “sensíveis”. Significa claro controle ideológico e censura do governo. O presidente Jair Bolsonaro também teria pedido que o Golpe Militar de 64 fosse chamado de “revolução”. Segundo o mesmo, o Enem deste ano teria “a cara do governo”.

No entanto, é preciso destacar a coragem dos servidores do Inep e sua defesa pelo real objetivo da prova, que avaliar o ensino médio e ampliar o acesso ao ensino de nível superior. E foi por meio das denúncias desses servidores, sobre as tentativas de intervenção política e censura, que poderemos investigar o que realmente aconteceu na organização da prova.

Por meio do Grupo de Trabalho constituído na Câmara dos Deputados e Senado, queremos apurar e esclarecer os ataques do governo ao Inep e qualquer tentativa de intervenção no Instituto. O ideal seria a demissão do atual presidente do Inep.

Estamos também acompanhando a aplicação das provas do Enem 2021 e o prosseguimento da investigação sobre as causas da exoneração de 37 servidores do Inep.

Já foram encaminhadas quatro ações, sobre o tema. O protocolo no Ministério Público Federal (MPF) de representação para que investigue o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente do Inep, Danilo Dupas, pela prática de improbidade administrativa, em função da possível interferência do governo e quebra de sigilo da prova Enem 2021. No Tribunal de Contas da União (TCU), a representação para adoção de medidas para avaliar a atuação do MEC e do Inep, referente às denúncias de possível interferência externa e quebra de sigilo da prova do Enem. Além do requerimento de convite do ministro Milton Ribeiro, para prestar esclarecimentos na Comissão de Educação da Câmara. O ministro foi à Comissão no último dia 17, reafirmando que o exame teria a cara do governo. E ainda um requerimento propondo a Criação de Comissão Temporária Externa destinada a acompanhar a situação institucional do Inep e a realização do Enem.

O Tribunal de Contas da União (TCU) já decidiu que vai investigar a atuação do MEC e do Inep na elaboração e fiscalização do Enem.

O que fica no fim de toda essa situação é que a defesa pelo Enem será permanente. E que o exame precisa ser maior e abraçar cada estudante que deseja ingressar no ensino superior no Brasil.

Enio Verri é deputado federal (PT-PR)

Artigo publicado originalmente no Brasil 247

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100