O Ensino Médio brasileiro passará por mudanças e será modernizado já a partir de 2014. A informação é do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que participou nesta terça-feira (15) da abertura do Seminário Nacional de Reformulação do Ensino, promovido pela Câmara dos Deputados. “A nossa expectativa é que a comissão especial que trata desse tema possa concluir seu relatório até o fim deste mês, para que possamos também incorporar no planejamento de 2014 as propostas e contribuições do Legislativo”, afirmou Mercadante.
Na avaliação do ministro o principal desafio nesta reformulação é a inclusão educacional. Ele citou números que mostra que nos últimos 20 anos a inclusão cresceu 120%. “Foi um esforço gigantesco, mas o País estava muito atrasado nessa etapa de idade certa. Temos que avançar ainda mais para vencer a defasagem de 3,5 milhões de jovens que estão estudando em faixa etária atrasada”. Ele destacou ainda cerca de 970 mil jovens que estão fora da escola. “Esse desafio é ainda maior porque perdemos esses jovens para o crime, para as drogas”, lamentou.
Na avaliação do ministro da Educação, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser o grande articulador dessa reformulação do Ensino Médio. “O Enem hoje é o horizonte da grande maioria dos alunos. É nele que está a perspectiva de futuro profissional e acadêmico”, afirmou Mercadante.
Pronatec – O ministro Mercadante ressaltou ainda a importância da sinergia entre o ensino acadêmico com o ensino técnico. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), segundo ele, tem despertado o interesse dos estudantes. “Alcançamos 4,6 milhões de matrículas em 864 cursos do Pronatec, a maioria feita por jovens que querem uma formação profissional e fazem esses cursos simultaneamente ou logo após concluir o Ensino Médio”.
Aloizio Mercadante defendeu ainda o investimento na valorização e formação dos professores. Ele citou as bolsas de estudo tanto para professores como para alunos do Ensino Médio que se destacam, principalmente em Matemática, Física, Química e Biologia.
Prioridades – O presidente da Comissão Especial da Reformulação do Ensino Médio, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), considerou que os conclusões e consensos do colegiado estão em sintonia com a avaliação do MEC. “É consenso que esse modelo de Ensino Médio está falido, não atende mais às necessidades da nossa juventude nem do nosso projeto de País. A nossa proposta de reformulação passará por mudanças curriculares para integrar ensino acadêmico com ensino profissionalizante. Queremos prioridade para as quatro grandes áreas do conhecimento – Matemática, Humanas, Exatas e Linguagem, mas que haja flexibilidade para os conteúdos regionais”, defendeu.
O seminário continua durante toda essa quarta-feira (16) com a discussão dos eixos que vão nortear a proposta final da comissão.
Vânia Rodrigues