Encontro de educadores do campo será “marco” para definição de políticas

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Representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), da Universidade de Brasília (UnB) e do Ministério da Educação (MEC) afirmaram nesta terça-feira (18) que o II Encontro Nacional de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (Enera) será um marco definidor dos rumos que a política educacional no campo deve tomar no País.

As declarações aconteceram durante seminário de lançamento do Encontro, promovido pela Frente Parlamentar Mista Pela Educação do Campo – presidida pelo deputado Padre João (PT-MG), em parceria com o MST. O Enera acontecerá dos dias 21 e 25 de setembro no município de Luziânia (GO).

“Fica cada vez mais claro que temos que ter uma política específica de educação para o campo, reunindo as experiências exitosas existentes, a exemplo do que já ocorre com as Escolas Familiares Agrícolas (EFAS) e as Casas Familiares Rurais, para evitar o fechamento de novas escolas rurais no País”, afirmou Padre João.

Para a representante do setor de Educação do MST, Divina Lopes, o II Enera vai relembrar as conquistas alcançadas até o momento mas, sem esquecer os desafios que ainda devem ser superados.

“Após 18 anos de realização do I Enera temos que relembrar as vitórias alcançadas, como a política de educação no campo (Pronera) e os milhares de educadores do campo formados. Mas também teremos que articular a defesa da escola pública, principalmente a do campo, contra os ataques do empresariado e do agronegócio”, ressaltou.

Entre os desafios para melhorar a educação no campo, a representante do MST destacou a construção de novas escolas rurais que respeitem a diversidade e com ensino de qualidade. Ela destacou que nos últimos anos no campo foram fechadas cerca de 40 mil escolas e que existem três milhões de estudantes que se deslocam diariamente da zona rural para estudar nas cidades.

Nesse contexto, a professora da UnB, Clarice Santos, destacou que é no campo onde reside o maior número de analfabetos e onde existe a maior índice de evasão escolar. “O II Enera deve sim lembrar suas conquistas obtidas, mas também deve denunciar as desigualdades educacionais existentes no campo, porque dentro do atual contexto político temos uma burguesia, aliada ao agronegócio, que tenta acabar com os avanços obtidos na educação do campo”, alertou.

Governo – O representante do governo no seminário, secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Paulo Gabriel Nacif, disse que o Plano Nacional de Educação (PNE) tem o desafio de atender a demanda dos educadores do campo.

“Dentro do contexto do PNE temos um desafio, que é igualar a escolaridade entre o campo e a cidade. Se no campo hoje a escolaridade média está entre seis e sete anos, a dos estudantes 20% mais ricos é de 10,8 anos. Creio que temos o desafio de fazer nos próximos 10 anos, o que não foi feito nos últimos 500 anos no Brasil”, observou.

Os deputados petistas Bohn Gass (RS), João Daniel (SE), Leonardo Monteiro (MG), Nilto Tatto (SP), Pedro Uczai (SC) e Zé Carlos (MA) prestigiaram o evento.

Héber Carvalho

Foto: SAlu Parente

 

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