O número de pessoas empregadas no comércio brasileiro cresceu 6,4% entre 2011 e 2012, segundo dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (1º). De acordo com o levantamento, o total de pessoas ocupadas no setor passou de 9,6 milhões, em dezembro de 2011, para 10,2 milhões, em dezembro de 2012.
As 1,613 milhão de empresas comerciais do País ocuparam 10,2 milhões de pessoas em 2012, representando 600 mil postos de trabalhos a mais que em 2011. Estes trabalhadores receberam R$ 150,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações e geraram R$ 2,4 trilhões em receita operacional líquida (deduzidos impostos, contribuições, vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais).
A PAC de 2012 investiga os segmentos atacadista, varejista e de veículos automotores, peças e motocicletas, com dados para Brasil e unidades da Federação.
Varejo – Todos os índices do comércio varejista, exceto a receita, foram superiores aos do atacado e aos do setor de veículos automotores, peças e motocicletas. Na comparação com 2011, a estrutura da receita operacional líquida permaneceu inalterada nos três setores: o comércio por atacado (43,8%) superou o varejista (42,9%) e o setor de veículos, peças e motocicletas (13,4%).
Em 2011, os percentuais haviam sido semelhantes (43,5%, 41,8% e 14,6%, respectivamente). Já em relação ao pessoal ocupado (7,537 milhões ou 73,7% do total), ao número de empresas (1,286 milhões ou 79,7%), ao número de unidades locais (1,372 milhões ou 79,3% do total) e aos salários, retiradas e outras remunerações (R$ 94,1 bilhões ou 62,4%), o segmento varejista ficou acima dos demais.
As maiores receitas operacionais líquidas vieram de empresas que ocuparam 500 pessoas ou mais (R$ 771,9 bilhões ou 31,6%), seguidas pelas empresas com até 19 pessoas (R$ 679,0 bilhões ou 27,8%). Estas últimas foram as que pagaram o maior montante da massa salarial (60,938 bilhões ou 40,4%), pois concentram a maior parte dos ocupados (5,578 milhões ou 54,6%) e do número de empresas (1,556 milhões ou 96,5%).
Supermercados – No comércio varejista, as empresas que possuíam até 19 pessoas ocupadas geraram 40,1% (R$ 419,4 bilhões) da receita. Entre as atividades, os hipermercados e supermercados representaram a maior receita, R$ 257,7 bilhões (24,9%). A atividade também se destacou em salários, retiradas e outras remunerações (R$ 16,1 bilhões ou 17,1% do total), mesmo patamar das lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis.
Hipermercados e supermercados apresentaram, ainda, a maior média de pessoal ocupado, 84 por empresa. As lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis se sobressaíram em termos de salário médio mensal (1,8 salários mínimos).
Atacadistas – No atacado, as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas responderam por 37,1% da receita operacional líquida (R$ 396,1 bilhões). As principais atividades em termos de geração de receita foram combustíveis e lubrificantes, com R$ 249,8 bilhões (24,3%) e produtos alimentícios, bebidas e fumo, com R$ 192,0 bilhões (18,7%).
Em relação aos salários, retiradas e outras remunerações, máquinas e equipamentos dispenderam R$ 8,0 bilhões (19,9%), seguidos por produtos alimentícios, bebidas e fumo (R$ 6,9 bilhões ou 17,3%), que também foi responsável pelo maior número de pessoas ocupadas, 396,506 mil (22,9%).
A revenda de mercadorias em geral e de combustíveis e lubrificantes apresentaram a maior média de pessoal ocupado por empresa, 44 e 26 respectivamente. Esta última atividade também registrou o maior salário médio mensal (6,4 salários mínimos) e a maior produtividade do trabalho (R$ 279,415 mil).
Regiões – Em 2012, a região Sudeste se destacou em relação às principais variáveis analisadas: receita bruta de revenda (R$ 1.438,7 bilhões ou 53,4%); salários, retiradas e outras remunerações (R$ 85,9 bilhões ou 56,9%); pessoal ocupado (5,390 milhões ou 52,7%) e número de unidades locais (874,3 mil ou 50,6%).
A região Sul figurou em segundo lugar em todas as variáveis, respondendo por 19,0% da receita bruta de revenda (R$ 512,3 bilhões), 19,2% da massa salarial (R$ 28,9 bilhões) e contando com 1,976 milhão de pessoas ocupadas (19,3%), alocadas em 362,8 mil unidades locais (21,0%).
O Sudeste destacou-se também por possuir o maior salário médio mensal (2,0 salários mínimos), acima da média do Brasil, que foi de 1,8 salário mínimo, equivalente ao patamar da região Sul. As demais regiões apresentaram este indicador abaixo da média brasileira: 1,4 no Nordeste, 1,7 no Norte e no Centro-Oeste.
Nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro Oeste, o comércio por atacado é mais importante, em termos de receita, que o varejo. Entretanto, apenas a última apresentou grande distância entre os dois tipos de atividades: enquanto o setor atacadista arrecadou 49,5 % da receita no Centro-Oeste, o varejo alcançou 37,0%.
No Sul, a maior percentagem da receita ficou com o varejo: 48,0% contra 39,2% no atacado.
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