O emprego na indústria de transformação do País cresceu 0,8% em novembro em relação a outubro, nos dados com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira (21) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). É a maior expansão desde março de 2004, quando o emprego cresceu 0,9%, e o quarto mês seguido de expansão.
O indicador relativo a emprego confirma o cenário de consolidação da retomada da atividade industrial depois da retração ocorrida nos primeiros meses de 2009, em decorrência da crise econômica mundial eclodida no final de 2008.
A massa salarial real da indústria de transformação cresceu 8,7% em novembro, em comparação com outubro. É o primeiro crescimento desse índice desde fevereiro. A recuperação do emprego impulsionou o aumento do indicador. As horas trabalhadas em novembro, ajustadas distorções, cresceram 2,6% comparando com outubro.
Além disso, o faturamento real da indústria cresceu 1,3% em novembro em relação a outubro, segundo a CNI. O dado acumula sete meses seguidos de expansão, o que atesta o processo de reaquecimento da economia, na análise da entidade. Comparando com novembro de 2008, houve crescimento de 8,4% no faturamento do setor. O bom número é explicado pela forte queda verificada em novembro de 2008, auge da crise financeira internacional.
O faturamento de janeiro a novembro foi 5,7% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior, mas a CNI ressalva que essa diferença está perdendo intensidade com o passar o tempo, à medida que a crise se afasta do setor industrial.
Setores – O setor automotivo foi destaque em novembro. O faturamento do ramo de veículos automotores cresceu 39,1% em relação a outubro, e o setor de outros equipamentos de transporte registrou crescimento de 27,3%. O setor de edição e impressão teve aumento de 23,3%.
A indústria de transformação operou, em média, com 81,4% da capacidade instalada em novembro, com os ajustes de sazonalidade, um crescimento de 0,3 ponto percentual em relação a outubro. É o quinto mês seguido de crescimento de utilização da capacidade instalada. Esse índice está ainda 1,6 ponto percentual abaixo dos níveis pré-crise (setembro de 2008).
Para o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, os números de novembro mostram a consolidação na retomada da atividade industrial. A indústria foi o setor que mais sofreu com a crise internacional, e os setores que atendem principalmente o mercado externo ainda vão demorar a reagir e investir. Demanda externa ainda prejudicada e o câmbio valorizado são empecilhos para esse segmento, explica Castelo Branco. A CNI verifica, contudo, a retomada de investimentos na indústria principalmente nos setores voltados para a demanda doméstica.
Capacidade em alta – A indústria de transformação operou em novembro de 2009 com uso de 81,4% de sua capacidade instalada, em termos ajustados sazonalmente, indicando um crescimento de 0,3 ponto porcentual sobre o nível de 81,1% de outubro. Sem ajuste, o setor fechou novembro de 2009 estável ante outubro com uso 82,7% de sua capacidade instalada
“A consolidação da retomada da atividade industrial fica explicitada pelo preenchimento gradual da capacidade instalada do parque industrial: há cinco meses seguidos, a utilização da capacidade instalada registra expansão na comparação com o mês anterior”, observou a CNI em nota. De acordo com o documento, o uso da capacidade foi o mais elevado desde outubro de 2008, quando o indicador ficou em 82,4%, segundo o dado sem ajuste.
Das agências
