Emiliano José lança novo livro sobre torturas no regime militar

emilianoO jornalista e suplente da Câmara dos Deputados Emiliano José (PT-BA)  lançou, na semana passada,  em Salvador, o livro batizado de “Galeria F – Lembranças do mar cinzento (IV) – Golpe. Tortura. Verdade”.    No novo trabalho, Emiliano, que foi um preso político no período da ditadura militar (1964-1985), narra os horrores dos porões do regime no Brasil.

O prefácio é do pesquisador de comunicação Venício A. de Lima, da Universidade de Brasília (UnB), e o posfácio é assinado por Paulo Vannuchi, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos).

Esse é o quarto volume da série. Em  “Galeria F – Lembranças do mar cinzento (IV)…”  estão resgates de fatos nacionais, como o depoimento do ex-ministro Waldir Pires nos primeiros dias do golpe militar, de Carlos Marighella Filho e Marco Antônio da Rocha Medeiros, esses últimos presos na Operação Radar.

Durante o regime, a operação matou duas dezenas de dirigentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em todo o país, sob comando direto do oficial Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de envolvimento na tortura e morte de pelo menos 50 militantes políticos.

Emiliano José é também professor doutor universitário  e, além da atuação política parlamentar, tem se destacado como pesquisador e memorialista do ciclo de insurgência contra a tirania no país.

É o décimo livro do autor. Em  “Galeria F – Lembranças do mar cinzento”, o jornalista resgata o trágico assassinato do estudante mineiro  Gildo Macedo Lacerda, cujo corpo até hoje não foi encontrado, como tantos outros.

O jornalista narra, ainda, como ocorreu a emboscada que matou o líder revolucionário Carlos Marighella e narra o calvário de Mário Alves, dirigente do PCBR, morto empalado na tortura, como na Idade Média. Ele passa pela guerrilha do Araguaia, pelo assassinato do capitão Lamarca e as homenagens prestadas a ele, mais de 40 anos depois, na Bahia.

O livro relembra as ações dos religiosos que se rebelaram contra a ditadura, como dom Helder, dom Timóteo e padre Cláudio Perani. Dedica um capítulo à coragem da advogada Ronilda Noblat, defensora dos presos políticos, recupera a história do combativo Apolônio de Carvalho e de Euclides Neto, ex-prefeito cassado pelo golpe em Ipiau, mais tarde secretário da Reforma Agrária no governo Waldir Pires.

PELA VERDADE – Venício A. de Lima, em sua apresentação, explica que o livro contém 42 artigos, entrevistas, resenhas, reportagens publicados em revistas, jornais e sites na Internet. Mas o núcleo central é a repressão contra muitos que resistiram à ditadura na Bahia, embora fale de heróis da luta revolucionária de outros estados e inclusive da luta dos negros contra a escravidão. “O leitor tomará conhecimento de incríveis histórias de puro horror como a tortura inconcebível perpetrada contra duas crianças – Janaína e Edson.  O que une todas as histórias, entretanto, é o compromisso com o total esclarecimento da verdade naqueles tempos sombrios. “Galeria F constitui um clamor vivo, quase um lamento” ressalta Venício A. de Lima.

DITADURA NÃO – Na Nota do Autor, Emiliano José anuncia que a presidenta Dilma Rousseff comparece na obra, com sua coragem diante dos torturadores e sua altivez face a face com seus interrogadores no tribunal militar. “Ninguém imagina ser agradável tratar dos crimes da ditadura. Mas essa é uma tarefa que não se pode deixar de lado (…) como parte de uma convicção de que aquele passado não pode se repetir. Foi uma época de barbárie, governada por facínoras e torturadores que se acreditavam senhores da vida e da morte (…) e vamos dando consciência às novas gerações de que ditadura nunca mais”, finaliza Emiliano José.

Equipe PT na Câmara, com assessoria parlamentar

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