Em três anos de Bolsonaro, 845 mil pessoas caíram na extrema pobreza em Minas

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O “legado” socioeconômico de Jair Bolsonaro em Minas Gerais é trágico. Entre abril de 2019 e abril de 2022, o número de pessoas em situação de extrema pobreza no estado saltou de 2.636.471 para 3.481.701 inscritos no Cadastro Único (CadÚnico). Foram 845.230 cidadãos e cidadãs a mais em três anos, ou 281,7 mil a cada 12 meses, lutando para fugir da miséria e da fome.

Gente como a jovem Raquel Cristina da Silva, mãe de quatro filhos aos 23 anos. Moradores da ocupação Rosa Leão, na Região Norte de Belo Horizonte, Raquel e as crianças se encontram na mesma situação que a de mais de 61 milhões de brasileiros e brasileiras que vivem algum grau de insegurança alimentar, conforme a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Para essas pessoas, a única escolha que resta é se irão almoçar ou jantar, porque o café da manhã já foi pulado. Outras 15,4 milhões enfrentam insegurança alimentar grave – ou seja, fome. A fome que assombra Raquel e seus filhos todo dia. “A gente conseguiu um pouco de arroz e feijão agora. Vai dar para a semana, né? Depois, só Deus. Sabe o que é chorar de fome? Eu sei”, diz a jovem à reportagem do portal g1.

Todo mês, Raquel recebe os R$ 400 do Auxílio Brasil, que mal dá para sustentar a família. “O dinheiro do auxílio não dá para o mês todo. Às vezes tenho que deixar de comprar gás e aí mexo com lenha, né?”, conta a jovem mãe, mais uma das milhões de vítimas da perversa política de dolarização dos combustíveis adotada em 2016 sob Michel Temer e mantida por Jair Bolsonaro.

Raquel e os vizinhos da Ocupação Rosa Leão contam com doações para sobreviver, mas nem sempre elas chegam para todos. “São 622 famílias cadastradas para receber a cesta básica. Mas como as doações caíram, a gente tem que distribuir senha”, conta a líder comunitária Charlene Cristiane. “Tem gente que dorme de um dia para o outro para garantir arroz e feijão.”

Miséria, fome e desnutrição são a marca do desgoverno Bolsonaro

O quadro registrado em Minas Gerais é o observado em todo o país. É reflexo do que Tereza Campello, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Governo Dilma entre 2011 e 2016, chama de “nacionalização da fome”, ocorrida após o golpe contra a presidenta legítima Dilma Rousseff, em 2016.

A partir da regra do teto de gastos adotada por Temer, as políticas públicas de proteção e inclusão social sofreram grave desmonte, “justamente no período em que a pobreza aumentou, que a vulnerabilidade aumentou”, aponta a economista. “Em 2018, dois anos antes de a pandemia chegar, o Brasil já tinha invertido os principais indicadores de segurança alimentar”, ressalta.

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A partir de 1º janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro, com uma canetada, extinguiu o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a escolha política de Temer ganhou requintes de perversidade sob Bolsonaro. Seu desgoverno promoveu verdadeira perseguição à agricultura familiar, grande parceira dos governos do PT no combate à fome.

Entre 2004 e 2013, políticas públicas de erradicação da pobreza e da miséria reduziram a fome para menos da metade do índice inicial: de 9,5% para 4,2%. Em 2010, um ranking elaborado pela ONG Active Aid apontou o Brasil como líder entre países em desenvolvimento com políticas mais eficientes no combate à fome. E em 2014, finalmente o Brasil saía do Mapa da Fome da ONU. Sob Bolsonaro o retrocesso fez o país, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, voltar à lista absurda.

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No início deste mês, Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que segurança alimentar é uma questão de soberania nacional. Um conceito muito distante da lesa-pátria política de terra arrasada praticada por Bolsonaro e seus cúmplices ao longo dos últimos anos.

“Soberania não é apenas o país ser forte e ter independência. Soberania é o povo comer, estudar, trabalhar, ter saúde. É uma coisa mais nobre”, afirmou em entrevista ao garantiu ao jornalista Mário Kertész, da Rádio Metrópole.

Da Redação da Agência PT

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