Em pauta: O Brasil um ano depois do golpe

Em 31 de agosto de 2016 as elites brasileiras levaram a cabo mais um processo de ruptura democrática no País, com o impeachment sem crime contra a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff. Para refletir sobre essas questões, o jornal Brasil de Fato e o mandato do deputado Wadih Damous (PT-RJ) convidaram a presidenta Dilma Rousseff para um debate, em que se pretende refletir não só sobre as consequências do golpe de 2016 mas, também, sobre as tarefas que se impõem para romper o cerco conservador e retomar o caminho de lutas que possibilitem derrotar as forças golpistas. O ato acontece na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), às 18h, no Rio de Janeiro.

Para o deputado Wadih Damous, mais do que um golpe contra uma presidenta legitimamente eleita, contra um governo ou contra um partido, a implementação de um agressivo programa de ajuste antipopular e antinacional evidencia que o golpe deu-se contra o povo, contra o país e contra nossa democracia.

“Passado exatamente um ano do golpe, o desemprego aumentou, a economia encolheu, direitos e políticas sociais estão sendo destruídas. Pior que isso: riquezas nacionais e estruturas políticas e econômicas que poderiam viabilizar a retomada do crescimento estão sendo desmontadas e entregues ao capital privado – em não raras ocasiões, capital estrangeiro –, o que pode inviabilizar por décadas o reencontro do povo brasileiro com o caminho do desenvolvimento e da democracia”, disse Damous na sua página no Facebook.

“Convidamos a todos e todas quem querem refletir sobre esses processos e, principalmente, que tencionam engajamento nas lutas pela democracia, pelo desenvolvimento econômico e pela ampliação de direitos e da igualdade social a participar desse debate conosco”, disse o deputado.

Alerta – Durante depoimento no processo de impeachment, no dia 29 de agosto de 2016, a presidenta Dilma Rousseff já alertava para o desastre que se verificou após o seu afastamento definitivo. Além de denunciar o golpe contra a democracia e a Constituição, Dilma advertiu que o que estava em jogo “era o futuro do País, a oportunidade e a esperança de avançar sempre mais”. Desde então, a sequência de ataques contra os direitos e programas sociais, à indústria brasileira e à soberania confirmaram as palavras da presidenta eleita com 54 milhões de votos.

“O que está em jogo são ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média; a proteção às crianças; os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas; a valorização do salário mínimo; os médicos atendendo a população; a realização do sonho da casa própria”, citou Dilma.

De fato, o que se viu nesse último ano foram cortes no Bolsa Família, redução do orçamento das universidades e de programas como o Fies, a transformação do Minha Casa Minha Vida em programa para ricos e o fechamento de farmácias que vendiam remédios a preços populares. Também contrariando as promessas dos golpistas, o governo anunciou uma mesquinha redução de R$ 10,00 no salário mínimo, enquanto o desemprego atingiu cerca de 14,2 milhões de trabalhadores.

Em sua fala histórica, a presidenta Dilma também destacou as ameaças à soberania nacional. “O que está em jogo é, também, a grande descoberta do Brasil, o pré-sal”, disse ela. Não é de se estranhar que, de fato, hoje a gestão Temer adote medidas como a mudança da regra de exploração do pré-sal de partilha para concessão, em prejuízo da Petrobras e dos interesses nacionais. Fato seguido do anúncio da privatização da Eletrobras e da liberação indiscriminada da venda de terras a estrangeiros, além da recente extinção da reserva de mais de 45 mil quilômetros na Amazônia. Ao que se soma a ameaça da entrega do Aquífero Guarani, a maior reserva de água doce do planeta.

 

PT na Câmara com PT no Senado

 

 

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