O desmatamento na Amazônia em junho caiu 75% em relação ao mesmo período de 2008. Relatório divulgado nesta sexta-feira (31) pela organização não- governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revela que em junho a floresta perdeu pelo menos 150 quilômetros quadrados (km²) de cobertura vegetal. Em junho de 2008, os satélites haviam registrado 612 km² de desmate.
O levantamento do Imazon é feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), com base em imagens dos satélites Cbers e Landsat, as mesmas utilizadas para a estimativa oficial, feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados do Inpe para junho devem ser divulgados na próxima semana.
De acordo com o Imazon, em junho o desmatamento foi maior no Pará, onde 121,5 km² de floresta foram derrubados (81%). Nos outros estados, o desmatamento no período ocorreu em menores proporções: Rondônia e Mato Grosso com 10,5 km² cada (7% cada), Amazonas com 4,5km² (3%) e Acre e Tocantins com 1,5 km² cada (1%). O SAD não analisa a parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal.
A concentração de nuvens sobre a região impediu a visualização de 42% da Amazônia, segundo o relatório.
O Imazon também calculou a evolução do desmatamento nos 36 municípios que mais desmataram a Amazônia em 2007 e que tiveram áreas embargadas e restrição de crédito agrícola desde janeiro de 2008. Entre agosto de 2008 e junho de 2009, o desmatamento acumulado nos chamados municípios críticos foi de 677 km². Em relação ao período anterior (agosto de 2007 a junho de 2008), quando o desmate acumulado nessas cidades atingiu 2.834 km², houve redução de 76%.
Na maioria dos casos, houve redução significativa do desmatamento. Apenas em um dos 36 municípios da lista praticamente não houve queda do desmate: São Félix do Xingu, no Pará, onde o desmatamento foi de 149km² para 146 km², redução de apenas 2%.
Além do corte raso (desmatamento completo), o SAD também registra áreas de florestas degradadas – “que sofreram intensa exploração madeireira e/ou fogo de várias intensidades”. Em junho, pelo menos 661 quilômetros quadrados da Amazônia sofreram degradação, a maioria (84%) em Mato Grosso.
Agência Brasil