Em encontro com Lula, Valmir defende retomada das políticas de reparação e proteção à cultura negra do País

Lula e o deputado Valmir Assunção - Foto: Divulgação

A Senzala do Barro Preto foi palco de mais uma plenária com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lideranças políticas de partidos de esquerda e movimentos sociais e sindicais. E como a luta do movimento negro tem sua raiz fincada aqui na Bahia, o petista não deixou de expor a importância da reparação racial e da luta contra a intolerância religiosa. Ao lado do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), Lula lembrou que o Curuzu, a Liberdade, e a primeira capital do País são referências para a construção de políticas públicas que ajudem a corrigir uma dívida histórica com o povo negro.

Um dos representantes do movimento no Congresso, Valmir Assunção acompanhou a fala de Lula e caracterizou as agendas no estado como um passo importante para recolocar os negros e índios no orçamento da União e estabelecer meios de evitar o avanço do genocídio.

“Vivemos um período difícil, mas com alentos como essas agendas com Lula. Justamente no mês em que celebramos os 223 anos da ‘Revolta dos Búzios’ e ao lado de inúmeros representantes de blocos afros como o Olodum, Ilê Aiyê, Malê de Balê, Os Negões, Muzenza e tantos outros. É dessa forma que vamos retomar o poder em 2022. Com o presidente Lula defendendo mais políticas de inclusão e de reparação para o povo, criando redes de proteção à cultura negra deste País”, afirmou.

Valmir Assunção disse ainda que essa parcela da população precisa voltar a ter uma pasta, um ministério que lute pelo fim da violência contra as mulheres negras, e para criar meios de evitar que jovens negros morram cotidianamente por ‘balas achadas’. O petista ainda pediu respeito e responsabilidade com as religiões de matriz africana, após as secretárias estaduais da Sepromi e da Secult, Fabya Reis e Arany Santana, entregarem uma obra de arte sobre resistência ao ex-presidente.

Para Lula, “não dá para discutir política no Brasil se não colocar na pauta a questão do povo negro”. Ele também lembra dos índios, das mulheres, e da comunidade LGBTQI+. “Nós temos que mudar efetivamente a forma de enxergar as soluções, porque toda a estrutura de governança do Brasil e todas as estruturas das instituições foram feitas há muitos anos atrás por uma elite”, afirmou Lula.

O ex-presidente ainda aponta que o Brasil tem uma dívida com a África impagável. “Ela não pode ser mensurada em dinheiro, ela tem que ser mensurada em apoio logístico, em transferência de tecnologia em troca das experiências de cada país. Por isso, visitei 34 países africanos e abri 19 embaixadas novas na África”, citou.

Lula também fez um breve resumo de quando o Brasil era a oitava economia do mundo. Ele disse que “olhava para os Estados Unidos e não ouvia a América do Sul”, e que “olhava para a Europa e não ouvia o continente africano”. “Estados Unidos achavam que era importante fingir não conhecer o continente africano”. Na mesma linha que Lula, o senador Jaques Wagner (PT-BA), declarou que “nunca o Brasil teve uma relação tão estreita e solidária com povo africano no período em que Lula foi presidente. A luta mais difícil que a gente tem é demolir o edifício do preconceito que, ao longo de cinco séculos do Brasil, foi construído na cabeça daqueles que ainda sonham com a volta da escravidão”.

 

Assessoria Parlamentar

 

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