Em dia de homenagem a mártir das Ligas Camponesas, militante do MST é assassinado

 

luizcouto0204Em 2 de abril de 1962, era assassinado João Pedro Teixeira, um dos principais mártires das Ligas Camponesas na Paraíba, vítima de pistoleiros a serviço dos latifundiários da região. Cinquenta anos depois, enquanto Teixeira era homenageado em Sapé (PB), a 200 quilômetros dali era assassinado mais um trabalhador rural.

 

Pedro Bruno, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi executado a tiros de revólver, no município de Gameleira, na zona da mata sul de Pernambuco. O crime ocorre dez dias após o assassinato da liderança sem terra Antonio Tiningo, no município de Jataúba, no agreste pernambucano.

 

O MST acredita que o assassinato de Pedro Bruno é uma retaliação à reocupação do engenho Pereira Grande, realizado na madrugada de domingo. O engenho pertence à Usina Estreliana, área de conflito agrário desde 2003, quando foi declarada de interesse social para fins de reforma agrária. A usina recorreu e conseguiu barrar o processo de desapropriação. O caso aguarda desfecho da Justiça.

 

Para o deputado Luiz Couto (PT-PB), os grupos de extermínio agem livremente em Pernambuco e na Paraíba por conta da falta de punição aos seus crimes. “Esse crime contra a luta por reforma agrária nos deixa tristes e indignados. Sabemos que o grande problema é a impunidade. Os grupos de extermínio e as milícias privadas cometem seus crimes porque sabem que não sofrerão punição e, por isso, continuam matando os militantes e defensores de direitos humanos”, disse Luiz Couto.

 

O parlamentar lamentou também que o crime tenha ocorrido justamente num dia de homenagem a um dos ícones da luta pela terra no Brasil. “João Pedro Teixeira tem uma frase muito famosa: ‘Eu sei que o nego vai morrer, que essa luta vai ser abafada; vai ficar como um fogo de monturo por baixo. Mas quando ele se levantar mais tarde, caboclo… aí não tem água que apague este fogo’. Essa frase permanece atual. Por mais que matem os militantes da reforma agrária, a luta por justiça no campo não cessará”, afirmou o deputado.

 

“Espero que o governador de Pernambuco tome as providências necessárias para que sejam descobertos e punidos não apenas os executores, mas também os mandantes desse crime e de outros relacionados à luta pela reforma agrária”, cobrou Luiz Couto.

Ainda nesta segunda-feira, pistoleiros atiraram contra famílias sem terra acampadas nas proximidades da fazenda Serro Azul, no município de Altinho, também no agreste de Pernambuco. Duas mulheres e uma criança ficaram feridas.

 

Homenagem – Para marcar os 50 anos do assassinato de João Pedro Teixeira, foi inaugurado, nesta segunda-feira, o Memorial das Ligas Camponesas, na casa onde viveu o líder camponês, em Sapé (PB).

 

Rogério Tomaz Jr.

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