Militantes, parlamentares, governadores, prefeitos, ministros de Estado, dirigentes partidários e convidados especiais – como o presidente do Uruguai, José Mujica – se juntaram à presidenta Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula, nesta sexta-feira (6), em Belo Horizonte (MG), para comemorar os 35 anos do Partido dos Trabalhadores.
O ato, mais do que celebrar os 35 anos da legenda, serviu para os porta-vozes petistas rebaterem as críticas e rechaçarem as aventuras golpistas da oposição conservadora ao governo Dilma Rousseff.
O ex-presidente Lula lamentou que a quarta derrota eleitoral consecutiva tenha despertado “os mais baixos instintos dos nossos adversários”, que chegaram a pedir até a recontagem de votos do pleito no 2º turno e tentaram impedir a diplomação da presidenta reeleita. “Mais uma vez eles falharam na tentativa de voltar ao poder pelo voto. Ao que tudo indica, não querem mais esperar outra derrota. Mas eles vão prestar contas à história sobre a maneira antidemocrática como vêm agindo”, criticou Lula.
Já a presidenta Dilma Rousseff, além de criticar “aqueles que querem o retrocesso”, conclamou a militância petista a travar a “batalha da comunicação”, o combate ás falsas versões sobre os fatos políticos e as ações do governo. “Nós devemos enfrentar o desconhecimento e a desinformação sem tréguas. A luta deve continuar. Não podemos permitir que a falsa versão se firme. Nós temos que levar a nossa versão à opinião pública e dar exemplos”, afirmou a mandatária.
O tema da reforma política foi abordado pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, que apontou a prioridade em relação a esta pauta. “Neste momento, é prioridade absoluta barrar a aprovação do nefasto projeto de emenda constitucional que oficializa o financiamento empresarial, consagra o voto distrital e introduz o voto facultativo. A Direção Nacional, em conjunto com nossa Bancada na Câmara, já fechou questão contra esta PEC antipopular”, explicou Falcão.
O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), destacou a precisão dos discursos de Lula, Dilma e Rui Falcão. “O nosso presidente Rui Falcão fez um importante balanço do nosso histórico de conquistas, mas apontou os desafios que temos na atual conjuntura, especialmente quanto ao ajuste da economia do País e, no Congresso Nacional, a luta para derrotarmos o projeto de antirreforma política que está pautado na Câmara”, pontuou Sibá.
“O ex-presidente Lula fez uma bela homenagem aos nomes históricos que construíram o PT e, no debate sobre a renovação do nosso partido, lembrou que os mandatos parlamentares e gabinetes não podem prevalecer sobre as instâncias partidárias”, acrescentou o deputado do Acre.
“A presidenta Dilma está certa ao dizer que a oposição não quer combater a corrupção, mas tem como objetivo real a destruição da Petrobras e a entrega do seu patrimônio a interesses escusos antinacionais”, finalizou o líder.
O presidente uruguaio marcou presença para deixar “um abraço de todos os pobres latino-americanos” que vivem “nesse continente injusto”. Mujica, que entregará o cargo a Tabaré Vasquez no dia 1º de março e assumirá uma vaga no Senado, também exortou os militantes petistas – a quem chamou de “alma” do partido – a não deixarem de lutar e a não esquecerem o valor da solidariedade. “Essa é uma luta muito dura, difícil, com momentos de esplendor e vitória, mas também momentos de derrota e momentos de voltar e recomeçar. Os únicos derrotados são os que deixam de lutar, os que baixam os braços. Um outro mundo não apenas é possível, como é imprescindível e necessário”, disse o convidado ilustre.
O pronunciamento de Mujica foi elogiado por Sibá Machado. “Nosso irmão uruguaio foi muito feliz ao chamar a atenção para a necessidade de lutarmos sem medo e tendo em vista a solidariedade e a integração entre os trabalhadores latino-americanos, que sempre são tratados pelas elites como aqueles que querem o fim da economia”, opinou o líder do PT.
Guerra – Na segunda-feira (9), a partir das 17h, a coordenação da Bancada do PT se reunirá para debater a estratégia em relação à CPI da Petrobras e à comissão especial sobre a reforma política pretendida pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Precisamos debater todos os elementos envolvidos nestes campos de batalha e vamos nos preparar para a guerra”, afirmou o líder Sibá Machado.
PT na Câmara
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula