Após ganhar a disputa ao Poder Executivo, por meio de um processo democrático, mas fraudulento com robôs e fake news, Jair Messias Bolsonaro tenta, agora, subjugar o comando dos poderes Legislativo e Judiciário, por meio de ações antidemocráticas.
Ameaças, mentiras, afrontas, desrespeito, abuso de autoridade, fake news… qualquer recurso contra a democracia será empregado no seu propósito, não importando os meios.
Sim! Um príncipe – conforme Bolsonaro aprendeu na obra do italiano Nicolau Maquiavel – deverá ter características nada éticas, como a crueldade e hipocrisia, para se manter no poder. As ações serão agravadas e impulsionadas por medidas desesperadoras, já adentrando no campo do fascismo, quando o objetivo a ser alcançado terá que sucumbir dois Poderes democráticos que defendem direitos à liberdade, à justiça e à dignidade humana.
O que Bolsonaro não aprendeu com Maquiavel, no entanto, é que um Príncipe deve ser forte. E Bolsonaro é um fraco, sem o mínimo de conhecimento para gerir o país. Medíocre como administrador. Sofrível em seu senso de justiça. Farsa como estadista.
Se chegasse a consumar o seu desejo – o que eu não acredito, diante do intelecto de boa parte dos generais que o cercam -, Bolsonaro não passaria de um tiranozinho não mais hábil que os chefes bárbaros medievais. Ao ponto do seu primeiro ato como ditador (de fato) o de elevar a sua patente de capitão a marechal, diante do seu claro incômodo com as estrelas no ombro de ministros. Foi o que fez o “Bolsonaro da África” Idi Amin, ditador de Uganda, entre 1971 a 1979, que passou de major a marechal, por causa do mesmo incômodo.
Bolsonaro é fraco porque não possui nenhuma marca e nenhum feito destacado em sua longa vida pública. Passou despercebido em 27 anos de Câmara Federal. Quando notado, era por vergonha ou desonra ao Parlamento. Ganhou uma disputa ao Palácio do Planalto não por liderança política, tampouco por projetos que nunca ofereceu à Nação. Mas por uma onda por mudanças, devido à crise econômica, embalado pelo denuncismo midiático da lavajato e pelo golpe reacionário contra a Presidente Dilma.
Em um ano e cinco meses como presidente da República, infelizmente, só agravou o desemprego, aumentou a desigualdade social e a pobreza, aumentou o preço dos combustíveis, disparou a cotação do dólar, tem sido irresponsável na crise de combate ao coronavírus, levando morte e tristeza, diante de cerca de 30 mil óbitos e 500 mil infectados no país.
Com um discurso dissimulado, Bolsonaro se agarra ao trono, quando entrega cargos a gestores investigados por corrupção e possui filhos na política igualmente investigados. Toma para si o auxílio emergencial de R$ 600, quando sua proposta não passava dos R$ 200.
Mas o pior são as desculpas para tamanha incompetência na gestão da oitava maior economia do mundo. Como não consegue resolver o problema recorde do desemprego, Bolsonaro culpa o Congresso Nacional. Não contém a violência no país e diz que é porque o Judiciário atrapalha. Afirma que não promove justiça social porque o PT ainda vive, porque a Rede Globo está no ar, porque a torcida do Corinthians é maior que a do Palmeiras…
Gostaria de pronunciar um palavrão neste momento para que Bolsonaro entenda que ele é o presidente de um país com mais de 200 milhões de brasileiros. Não há mais espaço para vitimização. Adélio Bispo está preso, quem está solto é o Queiroz babaca! Acabou! Deixa de cultivar ódio e discórdia! Cala a boca e começa a trabalhar!
Minha solidariedade às famílias das mais de 30 mil vidas que se perderam em meio à pandemia do coronavírus. Todas as vidas nos importam!
Fora Bolsonaro !
José Airton Cirilo é deputado federal (PT-CE)
Artigo publicado originalmente no site Mais O Povo