A produção brasileira de veículos leves e pesados registrou um crescimento significativo em julho, com 246,7 mil unidades fabricadas. O número, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), representa uma alta de 16,9% em relação a junho e um aumento de 34,8% quando comparado a julho de 2023.
As vendas também seguiram trajetória de alta, registrando 241,3 mil veículos emplacados no mês. Trata-se de um crescimento de 12,6% sobre junho e 7% em comparação com o mesmo período de 2023. No acumulado no ano, as vendas somaram 1,39 milhão de unidades.
O desempenho positivo foi impulsionado por diversos fatores, incluindo a ausência de paralisações nas fábricas, permitindo à indústria operar sem interrupções após desafios como a crise climática no Rio Grande do Sul. Outra razão importante é a queda na inadimplência, que recuou de 5,5% para 4,5% no período.
Crédito e programas governamentais
Além dos bons números na produção e nas vendas, o setor tem visto uma melhora no ambiente de crédito. Dados da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) mostram que a liberação de capital para financiamento automotivo atingiu R$ 127,3 bilhões no primeiro semestre, uma alta de 33,2% em relação a 2023.
Leia mais: Efeito Lula: indústria automotiva aunicia ciclo recorde de investimentos no Brasil, de R$ 125 bi
O governo desempenhou papel central nesse cenário, principalmente por meio do programa Desenrola Brasil, que facilita a renegociação de dívidas. Ainda, a manutenção de taxas de juros estáveis e campanhas promocionais atraentes por parte das montadoras, como financiamentos subsidiados e “taxa zero”, contribuíram para o aquecimento do mercado. Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, esse crescimento “acontece no momento em que as vendas para locadoras foram inferiores ao que vinha sendo registrado, o que demonstra, realmente, a compra pelo consumidor final”.
No entanto, a balança comercial ainda apresenta desequilíbrio, com um aumento expressivo nas importações, especialmente da China, que viu um crescimento de 414% nas vendas para o Brasil. Entre janeiro e julho deste ano, 239 mil veículos estrangeiros entraram no país, 38% a mais que no mesmo período de 2023.
Diante desse cenário, a indústria automotiva brasileira está, sim, em um momento de otimismo, porém com alguns desafios. É importante que o setor continue a se adaptar às novas realidades do mercado global, mantendo o foco na inovação e na sustentabilidade. Dessa forma, será possível garantir um crescimento sustentável a longo prazo.
Leia mais: Após desastre de Bolsonaro, Lula retoma setor automotivo com aporte recorde de R$ 130 bi
PT Nacional