O deputado Leo de Brito (PT-AC) alertou, mais uma vez, para as manobras do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e seus aliados, que veem atrapalhando o trabalho do Conselho de Ética da Câmara, onde tramita processo de cassação de seu mandato. Ele chamou atenção também para as manobras que Cunha faz junto com Michel Temer (PMDB-SP) para estimular o golpe e assumir a vice-presidência da República.
O deputado também acusou Michel Temer de transformar o processo de impeachment em uma espécie de ‘eleição indireta’ para que os dois peemedebistas assumam a presidência.
“E eu digo que o presidente desta casa é uma pessoa de sorte porque, apesar de ser réu no STF, com o apoio de muitos deputados aqui ele pode virar vice-presidente da República. Esse processo de impeachment agora virou uma espécie de ‘eleição indireta’. Só falta o Michel Temer, que vai entrar para a história como um conspirador e golpista, ir para a porta do plenário fazer campanha ‘Temer presidente’”, criticou o deputado.
Leo de Brito demonstrou preocupação com os rumos dos trabalhos do Conselho de Ética e com a possível existência de um acordão para tentar salvar Cunha, investigado por suspeita de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento no ano passado, à CPI da Petrobras.
“A Comissão do Impeachment, que era comandada por Cunha, andou a jato. Agora, aqui no Conselho de Ética, nós estamos sendo bloqueados pela Mesa Diretora. Vamos bater o recorde [de demora] de um processo tramitando aqui”, completou Brito.
Manobra – A substituição do deputado Fábio Pinato (PP-SP) no Conselho de Ética, nesta semana, gerou uma nova suspeita de interferência de Eduardo Cunha, no processo no qual é investigado. Pinato alegou a renúncia ao Conselho após mudar de legenda: o parlamentar deixou o PRB e passou a fazer parte do PP. Entretanto, não há previsão de perda de vaga no Conselho de Ética por mudança partidária.
Favorável à continuidade do processo contra Eduardo Cunha, o deputado Assis Carvalho (PT-PI) lembrou que, se o PT tivesse aceitado livrar Eduardo Cunha no Conselho de Ética, não haveria processo de impeachment em curso nessa Casa, pois não há nenhum crime que tenha sido praticado pela presidenta Dilma Rousseff. Ele o fez por vingança. Assis criticou a tentativa de comparar Cunha a Lula e Dilma. “Cunha mentiu. Até autoridades da Suíça e o Banco Central já comprovaram, é réu e não pode ser comparado ao Lula, nem a Dilma”, destacou o parlamentar.
Assessoria Parlamentar com PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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