Investimento estrangeiro elevado entrando no País, saldo robusto no comércio exterior e inflação menor vão reforçar as bases da economia brasileira em 2016, ajudando a pavimentar o caminho do crescimento.
Isso porque, apesar das avaliações de agências internacionais, o Brasil segue recebendo alto investimento estrangeiro. Para este ano estão previstos, por exemplo, cerca de US$ 60 bilhões. Só em janeiro foram US$ 5,5 bi, US$ 1 bi acima do previsto.
Em outro reforço importante na economia, em 2015, as operações de comércio exterior renderam US$ 19,7 bilhões. Para 2016, o governo estima ganho maior, de US$ 35 bilhões. Nos primeiros 65 dias foram US$ 5,2 bilhões.
Uma das bases para essas estimativas sãos os acordo automotivos com Argentina, México, Colômbia e Uruguai, que em medida beneficia a indústria de veículos. Como resultado, a exportação de veículos subiu 80% nos dois primeiros meses de 2016.
O terceiro ponto desta trinca é que o governo reforçou o controle da inflação. Em consequência, economistas do mercado projetam para este ano inflação de 7,46%, menor que os 10,71% em 2015. A redução da inflação está em curso.
“Esperamos uma desinflação de 2 pontos percentuais já neste primeiro semestre”, disse o diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, em avaliação sobre comportamento dos preços.
A reação econômica do País, conforme a avaliação das autoridades da área econômica, ganha reforço com os leilões de aeroportos, estradas e portos previstos para este ano, indicando ampliação do investimento.
O Plano de Investimento em Logística foi lançado em junho com investimentos estimados em R$ 198 bilhões entre 2015 e 2018. O plano prevê concessão de ferrovias (R$ 86,4 bi), rodovias (R$ 66,1 bi), portos (R$ 37,4 bi) e aeroportos (R$ 8,5 bi).
Em bem-sucedida operação de concessão, todas as 29 usinas hidrelétricas colocadas em leilão em novembro do ano passado foram arrematadas. A operação, que fortalece o setor elétrico, rendeu R$ 17 bilhões.
Também este ano o governo planeja fazer o leilão de concessão de quatros aeroportos: Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. Com estimativa de R$ 7,1 bilhões em investimentos e receita de R$ 3 bilhões com outorgas.
A agricultura forte e a oferta recente de crédito e capital de giro para indústria, comércio e serviços compõem um quadro de melhora gradual da economia, ao mesmo tempo em que o governo busca o equilíbrio das contas públicas.
“Com essas medidas, podemos ampliar a oferta de capital de giro e de funding para financiamentos imobiliários, estamos criando a possibilidade também de ampliar o financiamento para infraestrutura, agricultura e exportações”, disse na última quinta-feira (10) o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
Para se ter uma ideia, a safra agrícola 2015/2016 está estimada em 210 milhões de toneladas, um recorde. Isso não é resultado apenas da maior produtividade do setor, mas também do investimento público. Em junho passado, o governo destinou R$ 187 bilhões para financiar custeio, investimento, comercialização e estocagem dos produtos da agropecuária.
Já a agricultura familiar está recebendo, desde junho do ano passado, R$ 28,9 bilhões em recursos movimentado em todo o território nacional.
No âmbito do crédito, o governo anunciou em janeiro um conjunto de medidas com potencial de injetar R$ 83 bilhões de reforço na economia. Entre as ações constam financiamento ao setor imobiliário, rural, infraestrutura e capital de giro para empresas.
Ajudam nesse quadro o salário mínimo de R$ 880,00 em vigor desde janeiro. Com salário mínimo maior, o Dieese estima a injeção de R$ 51 bilhões na economia ao longo deste ano em medida que beneficia o trabalhador e a economia de centenas de pequenos municípios.
A redução da inflação é um dos fatos mais importantes da economia em 2016, num alívio para o bolso dos brasileiros, a renda dos trabalhadores e o orçamento das famílias.
No dado mais recente, a inflação em fevereiro medida pelo IPCA ficou em 0,90%. O percentual ficou menor que o de janeiro (1,27%) e abaixo do de fevereiro de 2015 (1,22%). A redução em fevereiro não é um fato isolado. É o início de um movimento de perda de força da inflação que será visto ao longo de todo este ano.
Essa perda de fôlego será puxada, segundo o Banco Central, pelo controle dos preços (via elevação dos juros e efeito na demanda) e por aumentos menores de itens como energia elétrica, combustíveis, gás de cozinha e tarifas de ônibus.
A inflação menor está sendo prevista também pelos economistas do mercado. Segundo a pesquisa Focus feita pelo BC, os analistas de bancos projetam para 2016 inflação abaixo de 8%, menor que a inflação de 10,71% em 2015.
O alívio no orçamento das famílias está previsto também para 2017, com os economistas indicando inflação de 6%.
Ainda que alguns indicadores não mostrem recuperação da economia este ano, o Brasil possui uma espécie de poupança que ajuda o País a se proteger e a se preparar para o crescimento.
São as reservas internacionais, que estão atualmente em US$ 359 bilhões. Esses recursos são administrados pelo Banco Central e aplicados em diferentes tipos de ativos como títulos públicos e ouro.
Portal Brasil com Ministerio da fazenda e Planejamento