Em que pese o viés golpista da oposição e de parte da mídia ao se utilizarem do momento econômico para tentar desestabilizar politicamente o País, a economia dá sinais positivos de reação. A pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada na última sexta-feira (21), revela que, após uma sequência de 17 altas consecutivas, a estimativa para a inflação deste ano caiu.
A previsão para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 9,32% para 9,29%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA 15, prévia da inflação, desacelerou para 0,43% em agosto, depois de atingir 0,59% em julho. Em 12 meses, o indicador subiu 9,57%.
A pesquisa do Banco Central também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 7,67% para 7,69%, este ano. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa permanece em 7,74%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), este ano, também não foi alterada (9,23%).
O deputado Enio Verri (PT-PR), economista e professor licenciado do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá, ressalta que a estimativa de redução da inflação é resultado das medidas adotadas desde o início do ano pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. “É também um aceno do que está por vir com relação ao crescimento do País”, completa.
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), faz uma análise semelhante. Para ele, o novo quadro é sintoma da melhoria do ambiente a partir da atuação do governo. “O compromisso da presidenta Dilma Rousseff é de combate permanente à inflação. O esforço é para equilibrar o País e fazê-lo voltar a crescer”, afirma.
Além de os números apontarem uma possibilidade de reversão de um quadro influenciado pela crise econômica mundial, que neste momento afeta mais intensamente a Ásia, líderes empresariais brasileiros já demonstram publicamente grande preocupação com o acirramento da crise política cultivada pela oposição.
Neste fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, além de rechaçar qualquer possibilidade de impeachment de Dilma, criticou lideranças políticas que pensam em si – e não no Brasil. “O que está faltando é discutir o País. Há uma grande discussão sobre poder e pouca discussão sobre o País. Precisamos debater quais as reformas necessárias para que o País possa se recuperar. Só estou vendo muita discussão de poder pelo poder”, afirmou.
No início deste mês, em entrevista ao jornal “O Globo”, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse que o ajuste já poderia ter sido aprofundado no primeiro semestre deste ano para que no atual momento pudesse existir “outro respiro”. Mas, segundo ele, isso não ocorreu porque houve um dissenso entre órgãos do governo e Legislativo. Além disso, Trabuco reafirmou sua confiança na recuperação do crescimento da economia brasileira.
“Uma pesquisa da KPMG, sobre o humor dos investidores, mostra que o Brasil está entre os três países de preferência, porque os bônus que oferece são concretos para um mundo que está atrás de taxas de retorno. Então, o capital que está investido aqui pode dar um retorno maior e mais seguro que em outros países. Mas precisamos botar isso para funcionar”, disse o executivo do Bradesco.
Outro líder empresarial, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Olavo Machado Jr., em evento recente, pediu a união de lideranças nacionais em prol da estabilidade econômica. “A gravidade do momento exige a nossa mobilização, a nossa união e a nossa ação, e mais, a nossa influência junto aos nossos legítimos representantes para que nos representem no que queremos efetivamente, progresso e desenvolvimento”, avaliou.
PT na Câmara