O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) propôs, junto com companheiros de bancada, a criação da Comissão Temporária Externa para acompanhar a situação da seca no Paraná e nos demais estados da região sul do país. “Qualquer governo sério, estaria dando suporte aos agricultores há muito tempo, mas como Bolsonaro não cumpre com as suas obrigações, está correta a nossa decisão de criar uma Comissão Especial que possa ir a fundo investigar, fiscalizar e identificar o tamanho dos prejuízos e danos, e, a partir disso, exigir providências de quem cabe ajudar”, ressalta o parlamentar.
O Relatório recente do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento paranaense, estima prejuízo prévio de R$ 25,6 bilhões para a totalidade da safra de grãos do estado em 2021/22. Os impactos maiores estão registrados na região Oeste onde a previsão é de 71% na colheita de soja, de 65% na de milho e de 60% na primeira safra de feijão, podendo somar R$ 8,1 bilhões de prejuízos. A queda, porém, abrange todas as regiões, com perda média estimada de 39% na lavoura de soja, 36% no milho e 30% no feijão.
A seca é consequência do fenômeno natural La Niña e pelo elevado índice de desmatamento e queimadas na Amazônia, já que o bioma tem papel fundamental na regulação do clima no país. No Paraná, as lavouras perdem esforço de produção com a estiagem. Segundo o deputado, “essa seca mais ampla e intensa no estado, não aconteceu do acaso. E fruto das decisões criminosas de Bolsonaro, que permitiu a devastação ambiental em todo Brasil.”
Para Zeca, este era o momento de que o atual governo deveria propor políticas de longo prazo como forma de amenizar os prejuízos desta magnitude. São bilhões de reais que o estado deixará de receber, o que significa uma perda muito grande para a economia paranaense. Bolsonaro não visitou nenhum dos estados, mandou em seu lugar a ministra da Agricultura, que não acenou com nenhuma ação concreta do governo para socorrer a população e, em particular, os pequenos agricultores.
O fato é que as perdas na agricultura refletem na geração de empregos, no comércio, na indústria, no transporte, o que exige dos governos pronta e forte ação política de intervenção em socorro dos municípios e das populações afetadas, sendo este o propósito central da Comissão Externa proposta. Ela acompanhará e elaborará relatório com o diagnóstico e as propostas de políticas para a mitigação das repercussões socioeconômicas sistêmicas, em especial, na agricultura e no abastecimento de água e de alimentos, do fenômeno da seca verificada nos estados da região Sul do Brasil, papel este que deveria ser de prontidão do atual governo mas que não foi feito, pelo prazo necessário ao pleno cumprimento dos objetivos da Comissão.
Assessoria Parlamentar