O deputado Domingos Dutra (PT-MA) ocupou a Tribuna para manifestar indignação com a crescente violência contra a mulher brasileira. Segundo ele, apesar da Lei Maria da Penha, a violência não arrefeceu. Ele lembrou os casos recentes dos assassinatos de uma advogada em São Paulo, e, de Eliza Samudio pelo ex-goleiro do Flamengo Bruno.
“O assassinato da jovem Eliza choca, primeiro, pelo sequestro; segundo, pelas violências físicas que ela sofreu durante dias na propriedade do ex-goleiro; terceiro, pelo homicídio bárbaro; quarto, pelo desaparecimento do corpo e, principalmente, pelo destino que pode ter sido dado ao corpo dessa senhora. Segundo a imprensa, segundo as investigações, o corpo da Eliza pode ter sido destinado aos cães. Portanto, é algo extremamente chocante”.
Dutra disse que está examinando a possibilidade de apresentar um projeto de lei aumentando a pena máxima no Brasil, porque considera que para crimes como esse que envolve Bruno, 30 anos de cadeia sem progressão é pouco, pelo aumento da perspectiva de vida no país. “Com a progressão de regime que hoje é adotada, um cidadão desse, que tem 25 anos, pode sair da cadeia ainda com 45 anos e pode voltar a delinquir”, ponderou.
O deputado considerou que, além da violência, do crime em si, além da necessidade de repensarmos a legislação sobre a pena máxima para determinados tipos de crime, é importante ver a omissão do aparelho policial, do aparelho estatal quando estão envolvidos figuras de grande poder econômico ou que tem grande apelo de mídia.
No caso do Bruno, acredita o deputado que houve omissão da da polícia do Rio de Janeiro, do Ministério Público e do Poder Judiciário. “Porque só vieram a decretar a prisão do jogador depois que a Sra. Eliza Samudio já estava morta. Também houve omissão e conivência da polícia de Minas Gerais com esse Sr. Neném, que, apesar de ter sido expulso da polícia, tem evidência de envolvimento com grupo de extermínio e uma conivência promíscua com o aparelho policial de Minas Gerais”, disse.
Equipe Informes
