Dolarização de combustíveis faz preço da passagem aérea decolar

Site do PT

A dolarização dos preços administrados pela Petrobras – que Jair Bolsonaro mantém, apesar dos ataques à estatal – fez as passagens aéreas chegarem ao maior patamar dos últimos dez anos em maio. O painel de indicadores de tarifas aéreas domésticas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) revela que o bilhete foi vendido por R$ 682,60 em média, 48,5% acima do preço em maio de 2021 e 22% a mais que o de maio de 2019.

Nos cinco primeiros meses do ano, o preço médio da tarifa foi de R$ 605,04. É um aumento de 21,8% em comparação a três anos atrás, quando estava em R$ 496,19. O painel também indica que 21,2% dos bilhetes foram vendidos por até R$ 300,00; 45% foram comercializados abaixo de R$ 500,00 e 7% custaram mais de R$ 1.500,00.

Já a tarifa média comercializada no mercado doméstico para um quilômetro (o chamado yield) atingiu R$ 0,5365, alta de 12,33% em comparação ao registrado no mesmo mês de 2019. Todos os dados são ajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação, até maio deste ano.

O salto entre a variação do yield e a tarifa média se dá pela diferença na composição das rotas de um ano para o outro. Neste ano, há uma tendência de crescimento de rotas maiores e queda nas mais curtas, como Rio-São Paulo. O fenômeno faz a passagem média subir mais, enquanto o yield médio ficou um pouco atrás.

O principal componente dessa disparada de preços é o reajuste do querosene de aviação (QAV). O combustível, dolarizado pela política de Preço de Paridade de Importação (PPI) adotada em 2016, acumulou alta de 59% entre janeiro e maio deste ano. Na comparação de maio com o mesmo mês de 2019, o QAV registrou elevação de 137,8%. O querosene de aviação representa aproximadamente um terço dos custos das empresas aéreas.

No Brasil, querosene de aviação é 40% mais caro que no exterior

Os preços de venda de QAV às distribuidoras são reajustados mensalmente. Após o reajuste de 3,9% em 15 refinarias anunciado pela Petrobras em 1º de julho, o querosene de aviação acumula alta de 70,6% neste ano. O combustível já é vendido no Brasil a um valor 40% mais alto que no exterior, avalia a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). A entidade voltou a criticar a dolarização dos combustíveis.

“Se produzimos combustível na Refinaria Henrique Lage (Revap), que vai por duto a Guarulhos, por que pagamos como se tivesse sido produzido no Golfo do México, em Dubai?”, questionou o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, em audiência sobre a precificação do QAV no Brasil realizada no início do mês, na Câmara dos Deputados.

“Política de preço de paridade internacional (PPI) é algo que não existe nesse mercado de QAV, visto que 90% é produzido aqui no país”, prosseguiu o executivo. “Mas cobram como se o QAV tivesse sido importado, viajado milhas e milhas, cobra-se frete, logística, estoque, perda, seguro e muito mais.”

Segundo Sanovicz, em 2021 o QAV já havia sido reajustado em 92%. “Hoje, mais de 40% do valor do bilhete (passagem aérea) é só para pagar o custo do bilhete e daqui a pouco chega em 45%. Antes, era um terço do valor da tarifa”, afirmou à agência Reuters.

Em abril, Sanovicz propôs a criação de uma mesa de diálogo permanente para debater sobre a paridade internacional dos preços dos combustíveis. “Os efeitos desses números sobre os setores produtivos, os consumidores e a sociedade tornam esse debate inadiável”, disse à coluna Painel, na Folha de São Paulo, no início daquele mês.

A aviação civil vem enfrentando dificuldades desde o início da pandemia, em 2020. Naquele ano, o setor regrediu ao patamar de 2005, com 52 milhões de passageiros domésticos e internacionais transportados, 56% menos do que o apurado em 2019. O anuário da Agência Nacional de Avião Civil (Anac) mostra que o número de voos também caiu: ocorreram 465 mil decolagens, 51% a menos que o registrado no ano anterior.

O relatório de demanda e oferta da Anac referente a maio deste ano apontou alta de 6% na oferta por voos no mercado interno frente aos números de maio de 2019. Mas a demanda de passageiros ficou 2,5% menor em relação ao resultado de maio de 2019. O número de passageiros pagos transportados, que foi de 6,4 milhões em maio, é 10% menor em relação ao computado três anos atrás.

Antes dos governos do PT, a Anac registrava 37 milhões de passageiros que andavam de avião. Em 2007, sob Luiz Inácio Lula da Silva, 48 milhões de pessoas viajaram de avião, e em 2012, sob Dilma Rousseff, o número subiu para 101 milhões. As gestões do PT atuaram fortemente na inclusão social, dando oportunidade para as classes C e D, que passaram a ter acesso aos mais diversos tipos de “luxo” (andar de avião, comprar uma casa e ter um carro na garagem), agora tão distantes.

Da Redação da Agência PT, com informações da Agência Anac

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex