Documento da CIA suscita terror nos que lutam pela memória e pela verdade, dizem petistas

A divulgação de documentos secretos da agência de inteligência americana – CIA, relatando a política de execução de “subversivos” no período da ditadura militar no Brasil, continua sendo motivo de indignação da Bancada do PT na Câmara. Ao falar do assunto, na tribuna, nesta quarta-feira (16), a deputada Benedita Lula da Silva (RJ) afirmou que o relatório repercutiu dolorosamente no País e comprovou o terrorismo de governo usado para eliminar a democracia e oprimir o povo.

Para Benedita Lula da Silva, jogar luz sobre esse passado sinistro do País é importante porque muita gente foi levada a acreditar ingenuamente, por uma propaganda enganosa, de que a ditadura, que chamam de intervenção militar, é a solução para o Brasil. Ela alertou que o País tem até um pré-candidato a presidente que defende abertamente a ditadura, a tortura e as execuções, agora disfarçadas de combate aos bandidos, antes era aos subversivos.

A deputada enfatizou que até tentaram apagar os rastros da ditadura. “Achavam que poderiam lavar a roupa suja do sangue de democratas e patriotas executados pela ditadura e novamente pousar de democratas, até o seu reacionarismo ressurgir para esmagar novamente a democracia, como ocorreu a partir do golpe do impeachment e da condenação sem provas do ex-presidente Lula para tentar impedi-lo de ser candidato a presidente”, denunciou.

Hoje, lamentou a parlamentar, vivemos novamente um Estado de exceção, “coberto pelos trapos de uma Constituição violada, onde quem manda é uma espécie de ditadura de toga aliada a uma mídia golpista, em que a tortura física foi substituída pela prisão preventiva por tempo indeterminado até o preso delatar o que interessa aos golpistas”, criticou Benedita.

Lei da Anistia – O deputado Luiz Lula Couto (PT-PB), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara, também lamentou, na tribuna, a política de execução sumária de opositores da ditadura, praticada pelos órgãos de segurança dos governos militares. “Foram 194 pessoas executadas nos anos finais do período ditatorial, conforme mostramos em nota oficial da Comissão de Direitos Humanos, na qual pedimos a aprovação do Projeto de Lei nº 573/11, para que possamos abrir a questão da anistia no Brasil”, afirmou. Ele argumentou que a Lei de Anistia deixou de lado os “grandes torturadores e executores” desse período sombrio do Brasil.

Luiz Lula Couto disse ainda que o documento da CIA suscita terror em todos que lutam pela memória e pela verdade. “Devemos repelir todos os governos que são e foram aliados da ditadura militar, assim como todos os cidadãos que pedem a volta deste regime nefasto”, destacou o parlamentar.

Ele concluiu enfatizando que é um dever zelar e defender o direito de cada brasileiro. “Por isso, repudiamos também o governo de Michel Temer, que se estabeleceu por meio de um golpe midiático/jurídico e político e que trabalha em paralelo aos governos ditatoriais exercendo funções conexas a retiradas de direitos da sociedade brasileira”.

Vânia Rodrigues

 

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