“Discutir gênero é essencial para o combate à violência e à discriminação nas escolas”, defende Margarida

margarida alexferreira

Questões de gênero devem ser discutidas nas escolas públicas. É o que defende a deputada Margarida Salomão (PT-MG). Durante audiência pública da Comissão de Educação da Câmara para debater a inclusão da “ideologia de gênero e orientação sexual” entre as diretrizes da Conferência Nacional de Educação de 2014 para aplicação do Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14), a parlamentar afirmou que “ideologia de gênero” é uma proposição “extraordinariamente infeliz”.

Para Margarida, a expressão “leva a supor que na escola haja qualquer outra coisa que não seja uma formação ideológica, de um perfil ou de outro” e que isso seria um dado descolado do conhecimento científico.

Para ela, a educação moderna é, e deve continuar sendo, inteiramente comprometida com a ciência. “Ensinamos na escola que a terra se move em torno do sol, mas há 400 anos isso foi considerado uma heresia. Em 1992, quando comemoramos os 350 anos da morte de Galileu, o Papa João Paulo II pediu perdão a ele em nome da Igreja Católica, por todo o sofrimento e perseguição. Eu pergunto: quanto tempo será que nós vamos demorar para pedir perdão às mulheres, aos homossexuais e aos transgêneros? Simplesmente porque nós não queremos fazer aquilo que estamos endossados cientificamente a fazer”, afirmou a parlamentar.

“Historicamente, no Brasil, o perfil é machista, racista, patriarcal e antifeminista. Então, se há um movimento na sociedade para descontruir esta ideologia, e com toda certeza esse movimento também tem uma natureza ideológica, isso é absolutamente legítimo, pois afinal de contas, na escola, o que efetivamente nós temos é uma disputa de ideologia”, complementou Margarida.

A deputada defendeu também a autonomia escolar. “As escolas têm uma natureza de autonomia na sua gestão, e se não tiverem autonomia, estarão mortas. O que não quer dizer, evidentemente, que se deva pregar na escola, por exemplo, o nazismo ou qualquer coisa que contrarie a Constituição brasileira. A Constituição brasileira é maior que o Plano Nacional de Educação e é absolutamente clara na sua definição de que nós devemos, nas políticas educacionais, lutar contra qualquer tipo de discriminação”, observou.

Assessoria Parlamentar

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