Diretor brasileiro de Itaipu defende revisão de tarifa ao Paraguai

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O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, afirmou nesta quarta-feira (30) que o reajuste no valor pago pelo Brasil ao excedente de energia cedido pelo Paraguai é justo.

 

De acordo com o diretor, que participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara para tratar do PDC 2600/10, que dispõe sobre o tema, o acréscimo de cerca de U$ 200 milhões anuais em favor do Paraguai deverá fortalecer a economia do país vizinho, contribuindo para o desenvolvimento social paraguaio.

Samek explicou que o reajuste (de 120 milhões de dólares para 360 milhões de dólares anuais) ainda não recompõe os valores que eram repassados ao Paraguai em 2003, antes da valorização do real frente ao dólar.”O Tratado de Itaipu foi feito para ser cumprido e isso dá credibilidade internacional ao Brasil. Ajustes devem ser feitos. Nos interessa o crescimento de toda a região”, disse.

Estratégia – Para o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) a decisão do governo brasileiro de ceder às reivindicações paraguaias e conceder o reajuste é bastante estratégica. O parlamentar explicou que, ao contrário da economia brasileira, que vive um crescimento virtuoso, a economia do país vizinho vai mal.

“Estudos da ONU indicam que se o Brasil manter o ritmo de crescimento econômico e social atual, em dez anos, o país já terá superado a pobreza. Por outro lado, a realidade do Paraguai é exatamente oposta. Nos interessa diretamente o crescimento dos nossos vizinhos, a menos que o país queira copiar os Estados Unidos e construir muros em toda a sua fronteira para evitar a imigração Paraguai para o território brasileiro”, alertou Rosinha.

Presente na reunião, o deputado Nilson Mourão (PT-AC), rebateu argumentos de parlamentares da oposição que criticaram o reajuste e defendeu a aprovação da proposta. “Não podemos olhar para Itaipu exclusivamente pelo aspecto financeiro. Estamos falando de uma questão de integração regional. Não interessa em nada para o Brasil um vizinho pobre. É claro que o Brasil ainda tem muitos problemas sociais, mas eles já estão sendo tratados. Temos que contribuir com o desenvolvimento do nosso continente”, defendeu.

Agenda – A comissão adiou para a próxima quarta-feira (7) a votação do projeto na comissão. A reunião será às 10h.

Edmilson Freitas

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