Dilma saúda “margaridas guerreiras”, anuncia conquistas e encerra marcha

dilma margarida_D1No compasso da música que embalou as campanhas de Lula à presidência desde 1989, mais de dez mil participantes da 4º Marcha das Margaridas receberam a primeira mulher a governar o Brasil: “Olê, Olê, olê, olá… Dilma, Dilma!”.

Antes de iniciar seu discurso, repetindo um gesto comum do seu antecessor, Dilma pôs o chapéu de palha, símbolo das “margaridas guerreiras” – como ela própria chamou – “em marcha por igualdade, liberdade e justiça”, palavra de ordem convertida em mantra do evento, que reuniu cerca de 70 mil mulheres e homens das 27 unidades federativas e de sete países da América Latina.

Antes de Dilma Rousseff, Carmen Foro, Secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, entidades criadora da Marcha das Margaridas, já havia sido tomada pela emoção, mas sintetizou sua fala num chamado que reafirmava a palavra de ordem: “Continuaremos sempre em marcha, enquanto não tivermos liberdade e igualdade”.

A ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), Iriny Lopes, antecipou o que a presidenta Dilma detalharia em seu pronunciamento. “Todos os pontos de pauta da Marcha das Margaridas serão respondidos ao longo dos quatro anos deste governo”, afirmou Iriny, que se licenciou do mandato de deputada federal, pelo PT do Espírito Santo, para assumir a SPM.

Em sua fala, Dilma fez questão de enunciar vários itens – do caderno com 158 pautas apresentado pela Contag e parceiras da Marcha – já acatados pelo governo, relacionados, sobretudo, à saúde das mulheres do campo. E enfatizou a continuidade do diálogo como grande trunfo do evento. “Muitas demandas foram acatadas e sobre outras vamos continuar a conversa. O principal resultado desta marcha é a continuidade do diálogo respeitoso e companheiro entre vocês e o governo, iniciado pelo presidente Lula”, disse a presidenta.

A mandatária da Nação também não economizou elogios às participantes da Marcha.
“Essa marcha me toca e me emociona profundamente, não apenas como presidente da República, mas como mulher e cidadã. Ser mulher exige coragem altivez e um coração generoso, grandeza de alma para enxergar longe e buscar realizar aqui e agora as transformações que tanto o Brasil precisa. Vocês são exemplo de garra, coragem e tenacidade. O Brasil precisa muito desse exemplo para que sejam alargados os espaços de justiça social”, afirmou.

A presidenta Dilma também anunciou que foi criado um grupo interministerial para se reunir com as entidades da Marcha das Margaridas e acompanhar a implementação dos compromissos já assumidos pelo governo e negociar as outras demandas do movimento. O grupo se reunirá semestralmente e o primeiro encontro ocorrerá em outubro.

Antes de Dilma, o ministro Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário, reconheceu a força da Marcha das Margaridas. “As mulheres desta marcha gritaram alto por desenvolvimento sustentável e para que o Brasil continue mudando e a vida das pessoas continue melhorando”, afirmou Florence, no evento no qual prevaleceu o protagonismo feminino.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou a beleza diferenciada do evento. “A Marcha das Margaridas demonstra que as mulheres têm fome de pão, de terra, mas também de beleza, pois ela possui uma estética diferente, uma estética da vida, de defesa da vida”, observou a deputada, que acompanha a Marcha desde a primeira edição, em 2000, quando era presidenta da CUT-DF.

Na tribuna – Petistas de vários estados saudaram a Marcha das Margaridas na tribuna da Câmara. Entre outros assuntos, Valmir Assunção (PT-BA) e Domingos Dutra (PT-MA) chamaram a atenção para a PEC 438/2001, que expropria terras onde for identificado o uso de mão de obra escrava, proposta que consta na pauta das margaridas. José Guimarães (PT-CE) destacou a importância da agricultura familiar, “uma das vertentes que tem sustentado o crescimento da economia brasileira, particularmente no Nordeste”. Padre Ton (PT-RO) informou que o cineasta Silvio Tendler está produzindo um filme sobre as mulheres do campo. “A ideia é acompanhar a vida de mulheres nas cinco regiões do País, seu cotidiano e atuação sindical, até a chegada a Brasília, para a maior mobilização de trabalhadoras rurais da América Latina”, noticiou o deputado de Rondônia.

Assis Carvalho (PT-PI), Benedita da Silva (PT-RJ), Dalva Figueiredo (PT-AP), Fátima Bezerra (PT-RN), Fernando Ferro (PT-PE), Fernando Marroni (PT-RS), José Airton Cirilo (PT-CE), Luci Choinacki (PT-SC), Marcio Macedo (PT-SE), Marcon (PT-RS) e Marina Sant’Anna (PT-GO) também se pronunciaram sobre a Marcha das Margaridas, que deverá ter a sua quinta edição em 2015.

Rogério Tomaz Jr.

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