Dilma: Nenhum direito em pé, é isso que eles querem

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A presidente eleita Dilma Rousseff participou nesta segunda-feira (25), em Aracaju, do ato contra o golpe, em defesa da democracia, com a presença de líderes de movimentos sociais, como do MST, João Pedro Stédile, e do coordenador do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara, deputado João Daniel (SE). Em sua fala, Dilma lembrou que “está em curso um golpe contra os interesses do povo brasileiro”.

“Não é um golpe com armas e tanques nas mãos e nas ruas, mas um golpe que vem usando a mentira e a fraude”, descreveu.

A presidente voltou a destacar que não cometeu nenhum crime, o que já foi confirmado por parecer técnico do Senado entregue à comissão do impeachment e até pelo Ministério Público Federal. “Mas isso para eles pouco importa. O que importa é me afastar da presidência. Para executar um plano e um programa de perdas de direitos do nosso povo. Que quer impor em menos de dois meses um profundo retrocesso”, disse.

Para o deputado João Daniel, o ato que contou com a participação de mais de 30 mil pessoas foi “um grande sucesso” e “motivou ainda mais a população a lutar contra o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer e contra qualquer tipo de retrocesso”.

“Ouvimos da presidenta Dilma um chamamento em defesa da democracia e contra a perda de direitos, e isso motiva a todos a continuarem nessa luta com mais ânimo e com mais força”, destacou.

Saúde e Educação – Durante o discurso, a presidenta alertou o público para a estratégia do governo golpista de tentar acabar com ações vitoriosas na saúde e na educação.

“Querem acabar com o Mais Médicos, da forma disfarçada que usam sempre. No caso do Mais Médicos, é parando de contratar os médicos cubanos. Querem impedir que o povo brasileiro tenha acesso ao SUS, querem fazer um plano de saúde diminuto, pequeno, mínimo, como se a saúde dos pobres fosse diferente da saúde dos ricos. Estão tentando acabar com a universidade pública e gratuita. Estão querendo acabar com o ensino público gratuito. E acabar com vários programas que fizemos”, exemplificou.

“O Pronatec, por exemplo, está praticamente cancelado, fechado. Não fazem uma única matrícula. Aonde vai o dinheiro do povo é do orçamento? Não vai para quem mais precisa”, criticou Dilma. “O que eles propõem para os trabalhadores: reforma das leis trabalhistas, que quer impor o negociado sobre a CLT. A tendência deles é de tirar direito dos trabalhadores, eles acham que a saída é reduzir direitos. Além disso, tem uma pauta ultraconservadora”, prosseguiu.

Dilma também fez críticas ao movimento Escola Sem Partido: “Querem educação sem posições, sem a crítica e o debate. Isso não é educação, mas sim treinamento”. “Educação sem partido é na verdade o coroamento desta visão que transforma o Brasil não numa pátria desenvolvida, mas num bando, querem nos transformar num bando de carneiros”, acusou. “Tem um lema que é o que podemos aplicar ao governo interino, ilegítimo: nenhum direito em pé, é isso que eles querem. Nós não queremos nenhum direito a menos”, completou.

Dilma voltou a mencionar a fraude da Folha de S. Paulo ao divulgar sua última pesquisa, quando noticiou que 50% da população quer a permanência de Michel Temer na presidência. “A imprensa internacional não fica falseando com a verdade, faltando com a verdade e inclusive até manipulando pesquisas”, comparou. A presidente ressaltou que não desistirá de lutar para reverter o processo do impeachment no Senado: “Podem esperar sentados porque eu não desisto desta luta”.

Homenagem – No início de seu discurso, Dilma contou sempre ter sido bem recebida pelo ex-governador de Sergipe Marcelo Déda, falecido em 2013, e pelo senador José Eduardo Dutra, além do atual governador, Jackson Barreto. Já no fim de sua fala, Dilma disse que em Aracaju, em Sergipe, aprendeu “a respeitar vendo a força pessoal, a força incrível de Marcelo Déda, que além de ser um guerreiro, de ter a companheira que teve, a Eliane, ele era um poeta. O poeta é capaz de cantar a alma do povo. Déda canto a alma do povo sergipano”.

“Uma das coisas que considero mais fortes tanto em Déda quanto em Zé Eduardo era a capacidade de enfrentar desafios. Sei que vocês saberão honrar a imagem. A luta de dois grandes sergipanos, Déda e Dutra”, finalizou a presidente.

PT na Câmara com Brasil 247

Foto: Roberto Stuckert Filho

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